Marginal tem apagão à noite e luz acesa de dia

Passados 2 anos da inauguração de obra bilionária, via ainda tem uma série de falhas

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Por Felipe Tau e Tiago Dantas
Atualização:

SÃO PAULO - Passados 2 anos da ampliação bilionária, a Marginal do Tietê tem uma série de problemas, e o mais visível é a iluminação. Na noite de segunda-feira, pelo menos 240 lâmpadas estavam apagadas. Hoje, outras 200 ficaram acesas, antes mesmo da chuva.

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"Como é que pode isso ficar aceso durante o dia? O pior é que uma hora vai queimar, e vamos ficar um tempão sem luz", disse o taxista Márcio Rodrigues, de 38 anos. Entre as Pontes do Limão e Julio de Mesquita Neto, eram cerca de 50 lâmpadas acesas em todas as pistas, no sentido Castelo Branco. Os equipamentos funcionam de dia quando há falhas no chamado relê fotoelétrico - responsável por medir a quantidade de iluminação natural.

Enquanto os motoristas reclamam da falta de necessidade de a lâmpada iluminar de dia, especialistas criticam a perda de recursos públicos. A professora e economista Virginia Parente, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), explica que a iluminação pública deve ser ajustada quatro vezes por ano. "Há diferenças na iluminação entre as estações. E 15 minutos de luz apagada em toda a cidade representa uma economia gigantesca."

À noite, outros fatores apagam os equipamentos da Marginal. O furto de cabos é apontado como a principal causa. Em um trecho de cem metros, antes da Ponte Estaiada Orestes Quércia, havia 22 lâmpadas apagadas, no sentido Ayrton Senna. "Não acho nem que seja tão perigoso, porque o movimento é grande. Meu medo é de quebrar um carro no meio da pista e, nesse breu todo, alguém não ver e causar um acidente", disse o caminhoneiro Jaime Menezes, de 41 anos.

Outros problemas ainda se destacam na Nova Marginal, como foi chamada quando da inauguração da terceira pista central. Ainda falta, por exemplo, a conclusão do plantio de 25 mil mudas na cidade para cumprir o programa de compensação ambiental, com 150 mil árvores previstas. A instalação de barreiras acústicas e a construção de travessias para pedestres e bicicletas em três pontes não foram realizadas.

O governo do Estado anunciou também um "sistema inteligente de controle de tráfego", que permitiria restringir a entrada de motoristas em pontos congestionados. Não saiu do papel.

Outro lado. O Departamento de Iluminação Pública (Ilume) informou que realiza operações de vistoria na rede. O órgão afirmou que tem tomado medidas para inibir a ação de vândalos, como a instalação de cabos bimetálicos - de menor valor comercial -, o que teria reduzido a taxa de reposição de cabos em 72%. Quando há falha no sistema, as luminárias ficariam acesas por motivo de segurança.

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A Dersa, empresa estadual responsável pelas obras na Marginal, informou que o governo estadual e a Prefeitura não definiram o valor nem o responsável por instalar os semáforos inteligentes de acesso às pistas.

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