12 de novembro de 2012 | 02h01
O economista Marcos Cruz é o escolhido do prefeito eleito Fernando Haddad (PT) para assumir um dos cargos mais importantes da Prefeitura paulista: o de secretário de Finanças. Tanto assim que o sócio da McKinsey - onde começou a trabalhar com 23 anos - já colocou sua parte na empresa à venda, segundo alta fonte da reconhecida consultoria.
O nome de Cruz será anunciado hoje à tarde, juntamente com o de outros cinco secretários que comporão a equipe do prefeito eleito.
O executivo de 37 anos foi indicado por Jorge Gerdau, empresário que, por meio do Movimento Brasil Competitivo, colabora há mais de uma década com prefeituras, Estados e também União, oferecendo programas para tornar a máquina estatal mais eficiente financeiramente, usando técnicas da iniciativa privada adaptadas para a esfera pública. Cruz trabalha com ele.
Na maior parte das vezes, a ajuda do MBC é oferecida por meio de parceria com a Fundação Dom Cabral. Em outras, por meio da McKinsey, como aconteceu com o recente acordo selado entre MBC e o Ministério do Planejamento, da ministra Gleise Hoffmann.
Otimização. A escolha de Cruz, segundo bem informada fonte próxima do consultor, mostra claramente que Haddad pretende enfatizar a otimização dos gastos da Prefeitura.
Diferentemente do atual secretário de Kassab, Mauro Ricardo Costa, Cruz tem currículo focado em gestão. Já Costa fez carreira na Receita Federal e sempre foi focado em aumento de arrecadação. "O que não quer dizer que Haddad vai desprezar coisas como combater sonegação e necessidade de arrecadar mais, mas que sua meta principal será a de melhorar a eficiência da máquina", observa fonte ligada ao processo.
Cruz é conhecido e bastante respeitado em seu meio. E, mesmo não sendo ligado à política, sua família é. Filho do também economista Dominique Cruz, professor aposentado da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e petista ferrenho, Marcos é também sobrinho direto dos irmãos José Roberto e Luiz Carlos Mendonça de Barros, cujos papéis foram cruciais no governo de Fernando Henrique Cardoso.
E o que pensa Cruz? Em almoço, em julho deste ano, com empresários catarinenses que participaram da Expogestão em Joinville (SC), para explicar os avanços e limitações das práticas empresariais introduzidas em governos de Estado e municípios por meio do MBC, ele declarou: "Gestão não dá voto. O que dá voto são os resultados de uma gestão bem- feita", segundo publicou a revista Época Negócios. Como exemplo, Cruz citou os Estados de Pernambuco, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que trabalharam com o MBC.
Admitiu também, segundo a revista, que é mais complicado fazer com que um governo siga suas metas do que qualquer empresa privada. Empresas promovem reuniões de diretoria para aplainar divergências e governos são submetidos a pressões e interesses ou guiados por urgências que atropelam planos. "A postura do líder máximo para engajar os funcionários públicos é fundamental para que dê certo", afirmou o consultor. Que agora poderá colocar em diretamente prática o que antes eram só sugestões.
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