Marco Aurélio chega para negociar com seqüestrador do ABC

No entanto, PM descarta contato pessoal do superintendente de futebol para não criar um 'fato novo'

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Por Andreia Sadi
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O superintendente de futebol do São Paulo e vereador eleito pelo DEM na capital paulista, Marco Aurélio Cunha, informou ao estadao.com.br que já ofereceu ajuda ao comando da Polícia Militar no local onde o jovem Lindembergue Alves, de 22 anos, faz a ex-namorada refém há três dias. No entanto, até às 17h40,  polícia havia descartado contato pessoal com o seqüestrador, para não criar um fato novo. Ele disse que está "à disposição" para ajudar nas negociações da libertação da garota Eloá. Veja também: Vizinhos também se tornaram reféns de seqüestro no ABC Em 2 anos, houve ao menos 3 seqüestros por relacionamento Jovem diz que vai matar ex-namorada se polícia invadir o local O mais longo cerco da história da PM  ''Ele não suportou a perda de poder na relação''  Gate queria impedir TV de falar com invasor  No Orkut, solidariedade de estranhos e até propaganda  ''Gosta tanto dela que se desequilibrou''    Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, viu a camiseta do time pendurada na janela e pediu para que Marco Aurélio Cunha fosse até lá. Ele também pediu para assessoria jurídica entrar em contato com a PM, que liberou Marco Aurélio De acordo com o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, Eduardo José Félix, afirmou que a amiga de Eloá, Nayara, de 15 anos, está dentro do apartamento para tentar negociar com o seqüestrador e não é mantida refém. O seqüestro O seqüestro começou às 13h30 de segunda-feira. Nayara, de 15 anos, foi libertada às 22h50 e os outros dois colegas que eram feitos reféns, ainda na noite de segunda-feira. Alves está armado com um revólver calibre 38 e uma pistola. O seqüestrador invadiu o imóvel porque estaria revoltado com o término do namoro. Seu objetivo era ficar sozinho com Eloá. Para isso, convidou o irmão da menina, de 14 anos, para ir ao parque jogar bola, mas o deixou lá e voltou. Na hora em que o apartamento - no terceiro andar do bloco 24 - foi invadido, Eloá havia acabado de chegar da escola com Nayara, o namorado dela e um colega. Eles estudam na Escola Estadual José Carlos Antunes e iriam fazer um trabalho de geografia. "Ele disse que ela (Eloá) teve sorte de não estar só. Perguntou quem éramos e deu uma coronhada", contou João (nome fictício), 15 anos, um dos reféns. Para evitar contato com os familiares, tomou os celulares de todos e quebrou o modem do computador. Deu frutas, bolachas e água para eles jantarem. A polícia soube do caso às 20h30, porque o pai de um dos garotos, estranhando a demora do filho, foi ao prédio, bateu na porta do apartamento e ouviu Nayara pedindo para ele se afastar. Ele, então, chamou a polícia. Quando a PM chegou, Lindembergue atirou duas vezes, mas ninguém foi atingido. O Gate começou a negociação por celular. O seqüestrador também conversou com familiares das jovens. O primeiro refém, João, foi solto às 21h15. "As meninas e meu amigo pediram para ele me libertar. Estava passando mal". O segundo foi libertado às 22 horas. Na manhã de terça, Lindembergue apareceu na janela do apartamento. Durante o dia, também mostrou as garotas. Vizinhos e parentes acompanharam as negociações em frente ao prédio. Lindembergue e Eloá namoraram durante três anos. Ele desmanchava e ela reatava. Mas da última vez, ela recusou retomar o relacionamento. Os dois moram no mesmo conjunto da CDHU. "Ele disse que só sairia de lá morto, porque para a cadeia não iria", disse o comandante do Gate, Adriano Giovaninni. A polícia desligou a luz às 17 horas de terça. Lindembergue cortou as negociações às 18h50. Às 22h10 o seqüestrador pediu que a luz fosse religada e o Gate negociou a libertação de uma refém. A luz foi religada e às 22h50 de terça, quando ele soltou Nayara. (Com Ítalo Reis, do estadao.com.br e Marcela Spinosa, do Jornal da Tarde)

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