Em Marcha para Jesus, Bolsonaro diz que evangélicos foram decisivos 'para mudar destino do Brasil'

Ainda sem falar em números, organizadores já dizem que essa será a maior marcha já realizada. O evento ocorre em São Paulo desde 1993

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Por Gilberto Amendola e Fabio Leite
Atualização:
Fiéis participam da Marcha Para Jesus, que começou na região da Luz, no centro, e segue até a Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira, ao lado do Campo de Marte, na Zona Norte da capital Foto: Werther Santana / Estadão

SÃO PAULO - A Marcha Para Jesus, principal encontro evangélico do País que reúne milhares de pessoas na zona norte de São Paulo, na Praça Heróis da Força Expedicionária (FEB), próximo ao Campo de Marte, recebeu às 15h30 o presidente Jair Bolsonaro. Vaias tímidas foram superadas pelos gritos de "mito". Algumas pessoas que estavam na plateia fizeram o sinal de arma com as mãos. É a primeira vez que um presidente da República participa do evento.

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Bolsonaro foi apresentado pelo apóstolo Estavem Hernandes e pela bispa Sônia, que disse ser "a primeira vez na presidência do Brasil se ouve ao nome de Deus". Na sequência, Hernandes pediu que Bolsonaro fique oito anos no cargo.

“É muito bom estar entre amigos. Melhor ainda quando são amigos com Deus no coração", afirmou Bolsonaro.

"Um presidente que diz que o estado é laico, mas ele é cristão (...). Primeiro Deus, depois a família respeitada e tradicional acima de tudo. Eu agradeço a Deus primeiro por estar vivo. Foi dele esse dom de me dar pela segunda vez a vida", afirmou o presidente, acenando à plateia: "Vocês foram decisivos para mudar o destino do Brasil".

"Todos sabem que nosso País tem problemas de ética, moral e econômico. Mas sabemos que podemos ser o ponto de inflexão", disse na sequência.

Bolsonaro afirmou ainda que sonha que "por intermédio da educação, nossos filhos venham a ser melhor do que nós” e que um país "que tem Deus acima de tudo tem tudo pra dar certo”.  Disse ainda: "Em nosso meio político a verdade sempre foi a primeira vítima. Para nós, até o último dia do nosso mandato, a verdade será o nosso norte." E complementou: "Temos a verdade e o povo brasileiro ao nosso lado".

Ao final do seu breve discurso, Bolsonaro disse que planeja estar novamente na marcha no ano que vem e concluiu dizendo seu slogan de campanha, repetido pela plateia.

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O presidente foi acompanhado do deputado federal Marco Feliciano (Pode-SP), do senador Major Olímpio (PSL-SP) e do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB).

“Nós temos orgulho de fazer essa marcha maravilhosa mostrando quanto os políticos respeitam os evangélicos”, disse Covas, que enumerou o trabalho dos evangélicos na ajuda a cidade, principalmente na Cracolândia. Inicialmente ele foi vaiado e depois recebeu aplausos tímidos.

Desde as 7h, fiéis começaram a marchar por São Paulo, partindo da região da Luz, no centro. No final da manhã, o governador de São Paulo, Joao Doria (PSDB), também se juntou à marcha, subindo no trio elétrico de Hernandes. Acompanhado da primeira-dama, Bia Doria, ele disse que a marcha é o "caminho da paz".

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"Esta é a marcha para Jesus, mas também a marcha da harmonia, do entendimento, daqueles que amam São Paulo e o Brasil. Amam sua família", afirmou o governador ao público que ele estimou poder chegar a 3 milhões de pessoas. Doria também convidou o público a fazer uma oração.

Por volta do meio-dia, o palco era tomado pelospastores, cantores e grupos de música gospel. E expectativa da público é por artistas como Aline Barros e Gabriela Rocha. “Acordei cedo para pegar um lugar na frente do palco. Quero ser abençoada e ver os shows da Aline e da Gabriela”, contou a estudante Fernanda Castilho, 20 anos.

“A gente acredita que esse evento é mais do que um show. É a maior demonstração de fé do povo brasileiro”, comentou a secretária Cleide Soares, de 32 anos.

Para o empresário Jefferson Andrade, 41 anos, a marcha não é o contraponto da parada LGBT+, marcada para ocorrer no domingo. “Nada contra. Mas a marcha é maior. É um evento para todos que acreditam.”

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Ainda sem falar em números, organizadores já dizem que essa será a maior marcha já realizada. O evento ocorre em São Paulo desde 1993.

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