Marcha da Liberdade reúne 2 mil pessoas em SP

Diversos grupos protestaram sobre temas como o Código Florestal e direitos LGBT. Pessoas foram convidadas para a Marcha da Maconha, em 2 de julho

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Por William Cardoso , Priscila Trindade e Marcio Claesen
Atualização:

De acordo com a Polícia Militar, cerca de duas mil pessoas acompanharam a Marcha da Liberdade na Avenida Paulista este sábado, 18, na região central de São Paulo. O ato teve início às 16h10 na frente do Masp e encerrou-se às 18h45 na Praça Osvaldo Cruz.    Nenhum usuário foi flagrado usando entorpecente e não houve nenhum incidente no evento, segundo informações da PM. O ato interditou três faixas da direita da via, no sentido Consolação, segundo informou a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

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O evento nasceu depois da repressão policial à marcha da maconha, realizada no dia 28 de maio. Além da descriminalização da maconha, o ato é a favor da liberdade de expressão e contra a violência policial. Inúmeros tipos de manifestação são vistos na avenida. Desde protestos contra a construção da Usina em Belo Monte a reações contrárias ao novo Código Florestal. Pessoas favoráveis aos direitos LGBT e contra os preços abusivos das passagens de ônibus na capital paulista contribuíram com o amplo leque de protestos na marcha.

Mais de 110 movimentos sociais participaram do evento. O que uniu esse grupo tão heterogêneo presente na Marcha foi o pedido para que durante manifestações populares não sejam usadas armas pela polícia.

Em São Paulo, a Marcha da Liberdade foi organizada pela Marcha da Maconha SP, o Coletivo Desentorpecendo a Razão (DAR), o circuito Fora do Eixo, integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), Organização Popular Aymberê (OPA), Coletivo Intervozes, Centros Acadêmicos, Tribunal Popular, Comitê contra o Genocídio da População Negra, movimento LGBT. Estavam previstas para hoje marchas simultâneas pela liberdade em todo o país.

A determinação da Polícia Militar é evitar confrontos. O major Marcelo Pignatari, responsável pelo policiamento no local, relatou à reportagem que o policiamento esteve no local "para garantir a segurança dos manifestantes". A Polícia Militar levou à avenida um efetivo de 130 homens a pé, 30 da ROCAM - Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas e 40 policiais que já fazem rotineiramente o patrulhamento da região.

Cinco câmeras foram usadas pela polícia com o objetivo de flagrar eventuais delitos e também para registrar as ações da polícia. A intenção, segundo o major, seria "abordar quem estivesse usando drogas da forma que for possível, mas com segurança. O que foi assegurado é o direito à manifestação". Gritos de manifestação, cartazes e faixas não seriam coibidos.

A jornalista Gabriela Moncau, 22 anos, uma das organizadoras da Marcha da Liberdade e da Marcha da Maconha afirmou que "uma outra pauta da marcha é a regulamentação que impeça o uso de armas pela Polícia Militar durante manifestações públicas. Temos, inclusive, uma audiência pública agendada para 30 de junho na Assembleia Legislativa".

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Todos foram convidados para participar da Marcha da Maconha, que será realizada em 2 de julho na mesma avenida, na frente do Masp. Gabriela acredita que "se da última vez (a última Marcha da Maconha, em maio passado), mesmo com a proibição tivemos duas mil, esperamos que agora tenhamos muito mais. As pessoas estão com o grito entalado na garganta".

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