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Manual ensina criança a comprar na internet

Gastos devem ser autorizados pelos pais, que precisam monitorar o conteúdo acessado; cartilha também serve para ajudar adultos

Por Lais Cattassini e Luiz Guilherme Gerbelli
Atualização:

Entre as cores e os personagens de desenhos animados dos sites destinados ao público infantil esconde-se um anúncio publicitário. Com o mouse em mãos e o conhecimento sobre o funcionamento da rede, crianças e adolescentes sem orientação dos pais realizam compras virtuais e podem ser vítimas de golpes.

 

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Pensando nisso, o Movimento Criança Mais Segura na Internet desenvolveu uma cartilha com o passo a passo para compras no mundo virtual. O objetivo é ensinar aos jovens como identificar lojas seguras, pesquisar preços e exigir direitos, ensinamentos que depois serão repassados aos pais. A campanha inclui vídeos que serão exibidos na rede Cinemark até o fim do ano.

 

"A cartilha atinge crianças, adolescentes e adultos. Todo mundo pode ser vítima de golpes na internet", diz a coordenadora do Movimento, Marcela Macedo. Os pais também precisam conhecer os procedimentos de uma compra segura. "Hoje ainda é difícil para os pais sentarem com os filhos para tratar desse assunto."

 

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Consumo. A exposição aos comerciais e às marcas aumenta o interesse pelo consumo, afirma a psicóloga e publicitária Maria Helena Mascheti, do Instituto Alana, voltado para o desenvolvimento da cidadania. "A internet é como um catálogo de produtos. A criança é exposta e não tem consciência ou juízo para decidir o que é certo ou errado." Segundo ela, os filhos têm afinidade com as telas - computadores, televisores e celulares.

 

A professora Vilma Maria José da Silva, de 49 anos, ensinou ao filho Vitor, de 10 anos, a fazer compras pela internet, mas só com autorização. "Quando ele descobriu, achava que podia fazer isso por qualquer site. Eu mostrei para ele que era importante pesquisar antes."

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"Minha mãe só me deixou fazer o Facebook há um mês. Se tenho de comprar, peço e depois ela decide se compra", diz Felipe Braga Kienast, de 10 anos.

 

Autorização. Todas as compras devem ser autorizadas pelos pais, que também precisam monitorar o conteúdo acessado. "Os adultos estão acostumados a orientar de outra forma. Sabem aconselhar a não falar com estranhos, mas não dizem para não dar Control C, Control V no conteúdo alheio", brinca Marcela Macedo.

 

Cartilhas como a desenvolvida pelo Movimento Criança Mais Segura ajudam a preencher a lacuna muitas vezes deixada por pais e educadores. A ONG SaferNet, que também lida com questões de segurança na internet, já publicou textos de orientação sobre ética, pedofilia e cyberbullying. "Nem todos os pais têm conhecimento sobre isso", afirma Rodrigo Nejm, diretor de prevenção da entidade.

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