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Mansões eram esconderijo

Casa usada pelo traficante Polegar tinha três andares, banheira, piscina e vista privilegiada; antes de fugir, ele teria destruído eletrodomésticos

Por Felipe Werneck
Atualização:

Informações de moradores levaram policiais ontem até "mansões" usadas por traficantes no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. Por fora, pareciam casas como as outras, com tijolos aparentes e portas de ferro. Mas dentro havia piscinas, churrasqueiras, banheiras de hidromassagem, eletrodomésticos e equipamentos de última geração, academia de ginástica, discoteca, ar-condicionado central e muito Blindex. Na Favela da Grota, uma casa de três andares seria de Alexander Mendes de Oliveira, conhecido como Polegar e apontado pela polícia como chefe do tráfico na Mangueira que havia fugido para o Alemão. Quatro TVs de LCD, geladeira, fogão de seis bocas e lava-roupas, todos aparentemente recém-comprados e de marcas caras, foram destruídos a tiros e marretadas, possivelmente pelo traficante, antes de fugir, segundo a polícia.No segundo andar, ele podia tomar banho na banheira de hidromassagem redonda com vista para o teleférico do Alemão. Na cobertura, havia uma piscina que à tarde fez a alegria de crianças e adolescentes do morro. Do terraço, o traficante podia controlar o movimento em um dos principais acessos ao morro, a Rua Joaquim de Queirós. Policiais quebraram partes do teto de gesso e de painéis pintados nas paredes em busca de drogas e armas. "A casa caiu", disse um dos agentes da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, os primeiros a chegar à mansão.      

 

   

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Em outro local, na Favela Nova Brasília, o traficante conhecido como Gão, acusado de chefiar o tráfico no Morro do Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, mantinha uma casa que os policiais definiram como "centro de lazer", para realização de festas e churrascos, com a participação de chefes do tráfico local. No fundo da piscina, que tem um chafariz em forma de golfinho, há um grande G. Havia churrasqueira, pista de dança, banheira e decoração com colunas gregas na ampla casa de dois andares, com vista para o Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão).

"Chegamos depois de receber a indicação de moradores", disse o tenente-coronel Luiz Otávio Lopes da Rocha Lima, comandante do 6.º Batalhão da PM, responsável pela operação. O local se tornou base da equipe policial.

No Morro da Fazendinha, policiais acharam uma vila que seria usada como "hotel do tráfico". Lá, quartos serviriam para depósito de armas e abrigariam um laboratório de drogas. Outra casa, supostamente usada pelos criminosos Fabiano Atanázio, o FB, e Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, chefes do tráfico no Alemão, teria sido saqueada por moradores.

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