16 de abril de 2011 | 00h00
"O que a Prefeitura está fazendo é criar uma fonte de verba artificial, uma coisa diferente, que pode resolver algo neste momento, mas que depois vai gerar mais despesas", diz o economista Amir Khair, mestre em Finanças Públicas pela FGV e ex-secretário de Finanças de São Paulo (1989-1992). "Por exemplo, se o governo construir um hospital, anualmente vai ter uma despesa com profissionais, remédios e manutenção que será quase igual à da construção. Se construir uma escola, vai ter um gasto quase 70% da obra anualmente com professores e outras coisas. Ou seja, com os investimentos você vai criando mais despesas, que vão ficar para os próximos governos, que por sua vez não terão o dinheiro das dívidas para receber."
Ainda de acordo com Khair, a Prefeitura deveria racionalizar suas despesas para poder fazer investimentos sem ter de antecipar o recebimento do PPI. "Essa fonte que eles querem criar uma hora vai murchar. Ela pode ajudar o governo a fazer maiores realizações, mas lá para frente o dinheiro vai sumir."
O uso no atual governo de um dinheiro previsto para entrar no caixa da Prefeitura nos próximos oito anos também deve abalar os bastidores da sucessão municipal paulistana. A bancada do PT, com dez vereadores, promete obstruir a votação. O partido terá candidato próprio em 2012 - Marta Suplicy e Aloizio Mercadante postulam a vaga. "O Kassab não cuida do presente e agora quer comprometer o futuro", criticou o vereador Antonio Donato (PT).
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.