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Mancha Verde encanta público com 'frevo' pernambucano

Desfile aplaudido e elogiado torna a escola favorita da noite com o tema 'Pernambuco: Uma Nação Cultural'

Por Teresa Ribeiro e Marici Capiteli do JT
Atualização:

Pernambuco: Uma Nação Cultural é o samba-enredo da Mancha Verde, que traz para a avenida a encenação que coloca o Estado em destaque especial no mapa do País: A Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém, no interior pernambucano. Os famosos bonecos de Olinda, com oito metros de altura prometem causar sensação na passarela do samba, em desfile criado por um novo carnavalesco, Fernando Dias. Apesar de pequenos problemas no abre alas e no terceiro carro, a Macha Verde fez um desfile que arrancou aplausos e elogios do público falando do Estado de Pernambuco. Para o presidente Paulo Serdan, os contratempos com os veículos não prejudicaram a apresentação e a agremiação é a favorita da noite. Veja também:Veja galeria de fotos do desfile da Mancha VerdeVocê é o jurado: avalie o desempenho das escolas Blog: dicas para quem quer curtir e para quem quer fugir da folia Especial: mapa das escolas e os sambas do Rio e de SP    Saiba como chegar ao sambódromo  A escola de samba, que surgiu da torcida organizada do Palmeiras em 1983, traz Viviane Araújo como rainha da bateria, uma das mulheres mais badaladas do sambódromo. Viviane Araújo, rainha da bateria da Mancha Verde. Foto: André Lessa/AE As cores branco, verde e vermelho iluminaram a passarela e o samba puxado por Waguinho contaminou a plateia do samba com a alegria do frevo, já que a escola, que no ano passado homenageou o escritor Ariano Suassuna, que é paraibano, mas viveu em Pernambuco, voltou a usar o estado nordestino, contando sua história e sua cultura. A comissão de frente representou a história e seu vínculo com a mitologia que envolveu a Descoberta do Brasil, por meio da qual se acreditava que Netuno era contra os portugueses e Vênus a favor deles. Seis leões marinhos puxavam o carro alegórico cheio de ninfas. Assim como a Rosas de Ouro, a Mancha Verde investiu na apresentação dos carros alegóricos, coloridos, ricos, cheios de movimento e teatralizações. O começo do desfile comprovou com um carro abre-alas de 85 metros de comprimento, representando a navegação portuguesa. Diante dele, uma grande ala de componentes fazendo movimentos que lembravam as ondas do mar. Um requintado segundo carro alegórico trazia uma representação da Paixão de Cristo. Na sequência desfilaram várias alas: a Ala Vaquejada traz os componentes da escola vestidos de azul com chifres dourados. A Ala Coco, nas cores verde e amarelo, tinha uma alegoria com as folhas verdes dos coqueiros estilizadas nas costas dos passistas. A Ala Teatro de Mamulengo, com a mão mole.... O terceiro carro falava da festa junina de Caruaru, que tem sempre uma das maiores fogueiras do São João e uma briga histórica com Campina Grande, na Paraíba, na disputa pela maior fogueira, representada claro, no alto do carro alegórico. Galo prateado remete ao Galo da Madrugada, o maior bloco de carnaval do mundo. Foto: Paulo Liebert/AE O quarto carro Pernambuco Feito a Mão, todo enfeitado de renda e fuxico, trazia no destaque Edilza Serafim, uma artesã pernambucana. Essa homenagem ao artesanato do estado foi construído com cinco mil fuxicos, couro, renda e cestarias. Seguiram-se várias alas, entre as de maior destaque, a dos acadêmicos e literatos, como Gilberto Freire, Barbosa Lima Sobrinho, João Cabral de Melo Neto, Nelson Rodrigues. A bateria fantasiada de Maurício de Nassau, com 300 ritmistas, usava no chapéu a mesma pena verde que enfeitava a fantasia da rainha Viviane Araújo. O último carro fecha o desfile com duas esculturas de Zé Pereira e outras que lembram os bailes de máscaras e o samba dá lugar ao frevo nos pés de seus integrantes. Tudo remetendo ao carnaval do Recife e o seu famoso Galo da Madrugada, que está no Guinness Book, o livro dos recordes como o maior bloco de carnaval do mundo. Bloco que fez hoje seu 32.º desfile pelas ruas do Recife e recebeu o título de patrimônio imaterial do Recife, sancionado também hoje no Palácio do Campo das Princesas, pelo governador Eduardo Campos. Confira. A mancha Verde levou 4 mil componentes ao Sambódromo do Anhembi, em um desfile de 35 alas e 5 carros alegóricos. Em 2008 a Mancha Verde ficou em sétimo lugar. Após dois anos de "aprendizado", chegou a vez da Mancha Verde conquistar o seu primeiro título no carnaval de São Paulo. Essa é a opinião do presidente da escola de samba, Paulo Serdan.

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