Ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, o major Edson Santos negou ontem ter coagido duas testemunhas a denunciarem traficantes da favela pelo assassinato do pedreiro Amarildo Souza, desaparecido há dois meses. O major disse estranhar que a moradora que acusou o traficante Catatau do sumiço de Amarildo tenha mudado de versão na semana passada, após denunciar à polícia o desaparecimento do filho mais velho. "Nunca houve nenhuma oferta à testemunha, nego todas essas acusações. Acho muito estranho que ela tenha mudado a versão um dia após registrar o sumiço do filho mais velho. Estou aguentando tudo isso, não sei o que está acontecendo. Não coagi ninguém", disse o major. Em julho, a mulher disse ao Ministério Público que Catatau a expulsara da Rocinha e ameaçava matar seu filho mais novo, de 16 anos, como fizera com Amarildo. Em 10 de setembro, a mulher denunciou que o filho mais velho, de 22 anos, havia desaparecido após ter sido cooptado por Catatau, no dia 5, "para transportar uma carga de entorpecentes". LUCIANA NUNES LEAL