Mais Médicos preenche 10,5% das vagas

Primeira etapa teve 1.618 confirmações de inscrição; 358 estrangeiros chegarão ao País para trabalhar

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Por Laís Alegretti e BRASÍLIA
Atualização:

A primeira seleção do Mais Médicos confirmou 1.618 inscrições - 10,5% da demanda por 15.460 profissionais requisitados por 3.511 municípios. O Ministério da Saúde anunciou ontem que 522 inscritos trabalham no exterior. São 358 estrangeiros e 164 brasileiros que estudaram fora. O total de médicos da primeira etapa vai atender a 6,5 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).Os médicos do exterior chegam ao País entre os dias 23 e 25. Com a baixa adesão na primeira fase, o governo federal dará início, na segunda-feira, a uma nova rodada de inscrições de profissionais no Mais Médicos. Para a segunda etapa, a previsão é de que os profissionais cheguem em 1.º de outubro. A maioria dos médicos estrangeiros da primeira etapa atua na Argentina (141), na Espanha (100) e em Cuba (74). Eles terão de fazer um curso de acolhimento, com aulas de legislação, saúde indígena e doenças tropicais. O profissional que desistir do programa no prazo de seis meses terá de fazer reembolso.O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que muitos dos médicos têm experiência em saúde da família. "Isso reforçará a ideia da atenção básica no nosso País", afirmou. "Precisamos mudar a mentalidade de que saúde só se faz dentro do hospital. Precisamos reforçar a mentalidade de que a saúde começa onde as pessoas vivem e trabalham, fora do hospital."O governo federal informou que 67,3% dos locais em que vão atuar os profissionais são considerados de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. Dentre os municípios prioritários, 703 não foram selecionados por nenhum médico. Entre as cidades, 604 são de extrema pobreza e 97 estão em regiões metropolitanas. "O diagnóstico principal é de que temos número insuficiente de médico no País", afirmou Padilha. O vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, afirmou que o resultado do programa configura um fracasso. "A baixa adesão reflete tensão entre os médicos estrangeiros em relação ao programa, que configura verdadeiro trabalho escravo", disse. O CFM orientou os conselhos regionais a ingressar na Justiça contra a obrigação de registrar eventuais estrangeiros.

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