Mais 31 envolvidos em protestos são liberados no Rio

De 64 presos, apenas 5 tiveram a prisão confirmada; 18 jovens continuam em centros de internação na capital

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Por Redação
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A 21.ª Vara Criminal do Rio determinou a libertação de 31 manifestantes presos na terça-feira. Anteontem, a Justiça já ordenara a liberação de 24 presos. Apesar da expedição dos alvarás de soltura, só oito haviam deixado o presídio de Bangu até a noite de ontem. Outros três haviam sido soltos na quinta. Dos 64 presos, cinco tiveram a prisão confirmada e continuarão presos. Sobre dois outros, a Justiça não havia se manifestado até a noite de ontem. Os 31 ativistas que ontem conseguiram alvará de soltura foram detidos na escadaria da Câmara Municipal, ao fim do protesto do dia 15. A juíza Claudia Ribeiro reconsiderou a decisão anterior porque "a autoria está esvaziada, na medida em que não se pode afirmar coerentemente que as pessoas detidas foram as responsáveis pela prática dos crimes noticiados". "A lei e a jurisprudência exigem que se tenham indícios suficientes de autoria e materialidade para a conversão da prisão em flagrante em preventiva", disse Claudia. Segundo ela, "a dura lei não pode ser aplicada em virtude apenas do clamor social, ao passo que se afasta da ética, da verdade real e da própria Justiça". Policiais afirmaram que os indiciados faziam parte do grupo Black Bloc. Eles negaram, alegando que estavam na Câmara para se refugiar da PM. Em Bangu, o dia foi de espera para parentes e amigos. A mãe de Denys Menezes Silveira Jacauna passou mal e foi socorrida pela mãe de outro preso. Rita Menezes teve crise aguda de hipertensão e foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento ( UPA ) da Vila Kennedy. Deixou o posto duas horas depois. Segundo os médicos, ela teve pequena isquemia cerebral. A médica Isabel Lucena, que socorreu Rita, aguardava a soltura de Diego Lucena Távora, de 25 anos. "Meu filho não é black bloc. Foi a primeira manifestação que ele foi", disse. Gustavo Souza, de 55, afirmou que o filho Bernardo, de 27, é assíduo em protestos. "Ele sempre esteve consciente dos riscos."Jovens. Pelo menos 18 jovens continuam em centros de internação na zona norte. Ontem, a Justiça manteve a internação de 11. /ADRIANO BARCELOS, FÁBIO GRELLET e FELIPE WERNECK

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