14 de fevereiro de 2013 | 02h02
Mirela estava sentada em uma cadeira de alumínio na porta de casa, junto a outras pessoas da vizinhança. Momentos antes, havia pedido que tirassem a filha de 3 anos do local.
O clima era de consternação ontem, quando foram enterrados os corpos dos quatro mortos no acidente - além de Mirela, morreram três homens que empurravam o carro alegórico Rei da Bola, em homenagem a Pelé. O ajudante de pedreiro Leandro Monteiro, que completaria 27 anos ontem, foi enterrado no Cemitério Municipal de São Vicente. Ele ganharia R$ 40 para empurrar o carro. Leandro era casado e tinha cinco filhos.
Ludenildo da Silva Militão, de 25 anos, que era amigo de infância de Leandro, foi enterrado no mesmo cemitério. Já o organizador de eventos Wictor Ferreira, de 29, foi sepultado no Cemitério da Filosofia, em Santos.
Quatro das nove pessoas feridas no acidente permaneciam internadas ontem. O quadro delas era estável, mas ainda não havia previsão de alta, de acordo com o hospital.
A Polícia Civil continua a perícia no veículo. Ainda não se sabe se a barra de direção do carro quebrou - e por isso o condutor perdeu o controle e esbarrou na calçada, atingindo os fios de alta tensão.
De acordo com a CPFL, concessionária de energia, houve uma descarga superior a 13 mil volts sobre o carro, que havia acabado de desfilar, trazendo o ex-craque Coutinho, companheiro de Pelé, como destaque, e 22 crianças. Após o incêndio, o pai de um dos garotos afirmou que o veículo estava com problemas e chegou a ser cogitada a possibilidade de ele não sair no desfile. / ZULEIDE DE BARROS, ESPECIAL PARA O ESTADO
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