Mãe e padrasto responderão por morte de criança em Ribeirão

Kamilly Vitório Pereira, de 1 ano e 9 meses, foi agredida e faleceu; IML aponta indícios de violência sexual

PUBLICIDADE

Por Brás Henrique
Atualização:

A delegada Maria Beatriz de Moura Campos, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), de Ribeirão Preto, encaminhou nesta terça-feira, 9, inquérito da morte da menina Kamilly Vitório Pereira, de um ano e nove meses, ao Ministério Público Estadual (MPE). A menina foi agredida fisicamente pelo padrasto André Fiúza Marçal, de 19 anos, que está preso, em 31 de janeiro. Kamilly foi internada e faleceu na sexta-feira, 5. Laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou ainda indícios de que a menina teria sido violentada sexualmente por Marçal.

 

PUBLICIDADE

No corpo da menina também foram encontradas 35 mordidas, a maioria em partes do rosto. A mãe de Kamilly, Jacqueline Cristina Pereira, de 31 anos, foi indiciada por tortura, pois teria se omitido ao saber das agressões à filha. "Ela (Jacqueline) tinha conhecimento de que o seu companheiro abusava das correções na criança e não agiu como mãe", disse a delegada Maria Beatriz.

 

A omissão está prevista no crime de tortura e, por isso, Jacqueline foi indiciada na segunda-feira. Marçal foi preso no mesmo dia da agressão, quando Kamilly foi internada, enquanto tentava fugir para outra cidade, e foi indiciado por tentativa de homicídio. Segundo a delegada, caberá ao promotor que receber o inquérito a definição de qual tipificação de crime aplicar a Marçal, que está no Centro de Detenção Provisória (CDP) do município.

 

O laudo do IML indicou que existiam sinais de agressão no corpo da menina, formando o quatro classificado pelos médicos como "síndrome do bebê espancado". Ou seja, a criança sofria violência frequentemente. Daí o motivo da mãe ter sido indiciada por omissão, pois não denunciou Marçal enquanto podia. O crime ocorreu na residência do casal, no Ipiranga, e o padrasto disse, inicialmente, que a menina teria caído da cama.

 

A causa da morte foi traumatismo crânio-encefálico, causado por batida forte na cabeça da criança. A menina ficou internada cinco dias em coma profundo e não resistiu. A família queria doar os órgãos de Kamilly, mas isso não ocorreu devido aos critérios médicos. O corpo dela foi sepultado na tarde de sábado, no Cemitério Bom Pastor.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.