SÃO PAULO - Discretamente, a mãe de Eloá Pimentel, Ana Cristina Pimentel, chegou por volta das 12 horas ao Fórum de Santo André, onde acontece o terceiro dia de julgamento de Lindemberg Alves, acusado de matar a ex-namorada em outubro de 2008. As informações são da Rede Record.Pela manhã, o advogado assistente da acusação, Ademar Gomes, havia informado que Ana Cristina não iria comparecer ao local, alegando que o júri tem sido extenuante e que ela estava cansada.Na terça-feira, Ana Cristina ficou frente a frente com o acusado de matar a filha dela. Os dois se encararam por cerca de dois minutos.Previsto para ter duração de três dias - com início na última segunda até hoje - o julgamento já teve algumas tônicas.Segundo dia. Ontem, o depoimento do negociador do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), capitão Adriano Giovanini, causou um choque de versões. Mais de três anos após a morte de Eloá, no ABC, ele continua a afirmar que um disparo no apartamento motivou sua invasão pela Polícia Militar. Sua versão diverge do que relatou a única testemunha ocular, a estudante Nayara Rodrigues da Silva, que alegou que Lindemberg só atirou após ação do Gate.Na parte da manhã, os depoimentos que mais chamaram a atenção foram os dos irmãos da vítima: testemunharam o caçula, Everton Douglas Pimentel e Ronickson Pimentel dos Santos. Em ambos os relatos, os garotos ressaltaram a agressividade e o desequilíbrio de Lindemberg em querer a posse de Eloá. 'Uma pessoa dessas não pode ser considerada ser humano. Podem dizer que era trabalhador, não importa. Ele não é digno de estar na sociedade'.Primeiro dia. Na segunda-feira, a principal testemunha foi a de Nayara, amiga de Eloá. Emocionada ao relembrar da tragédia e mesmo confrontada pela advogada de defesa, Ana Lúcia Assad, ela garantiu que Lindemberg planejou o crime. Eloá 'não sairia de lá viva', segundo disse.Foram ouvidos também os dois amigos de Eloá mantidos como reféns - Victor Lopes e Iago Vilela de Oliveira, ambos de 18 anos. Os dois confirmaram que Lindemberg tinha intenção de matar Eloá desde o início e relataram que foram agredidos pelo réu. Iago prestou depoimento na frente do acusado e afirmou que ele se 'gabava do poder' que adquiriu ao invadir o apartamento, no ABC paulista.