Luiz Moura diz que é inocente e pediu para ser investigado

Para parlamentar, apuração do MP é ‘política’; ele afirma ter deixado ramo de lotações e nega relação com facção

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Por Rafael Italiani
Atualização:

SÃO PAULO - O deputado estadual Luiz Moura (PT) afirmou ser inocente de todas as suspeitas da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo, negou fazer parte do Primeiro Comando da Capital (PCC) e disse que nunca foi chamado pelo Gaeco para prestar esclarecimentos. Ele disse que tomou conhecimento da investigação em junho, quando procurou o órgão pedindo para ser investigado.

“Eu espontaneamente fui pedir para me investigarem. Apesar de o PSDB também ter feito isso, eu fui antes. Já que eu sou incendiário de ônibus, excomungado de igreja e cometi tanto crime, pedi para me investigarem. Lá na frente vão ver que sou inocente.”

Luiz Moura nega indicações e aliança com Vavá dos Transportes Foto: Evelson de Freitas/Estadão (28/5/2014)

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Moura acredita que a investigação tem caráter político. “É para criar matéria política, dar ênfase para essa reunião que a imprensa diz que supostamente tinha o PCC. É para me destruir politicamente e criar embaraço”, afirmou. “Não posso chegar e discriminar uma pessoa que vai participar de uma reunião minha e pedir antecedentes criminais”, explicou. Segundo ele, a reunião que terminou na delegacia sem nenhum preso era para discutir repasse de tarifa e greve.

Para Moura, também há “ciúmes político”, pois o PT teve um crescimento eleitoral “muito grande” nos bairros de Ermelino Matarazzo e Guaianases, bairros de origem dele e do irmão, o vereador Senival Moura.

Moura também afirmou que, ao tomar conhecimento da investigação, descobriu que o Ministério Público já havia quebrado os sigilos bancário e fiscal. “Eu nunca lavei dinheiro (para o PCC). Foi muito bom o Ministério Público ter quebrado meu sigilo bancário.”

Moura disse que “jamais” fez parte da facção criminosa e também que nunca foi procurado por integrantes do PCC para lavar dinheiro para o crime. “O ônus de quem acusa é trazer provas. Eu não posso criar prova, dar qualquer tipo de declaração dizendo aquilo que o Ministério Público está falando. Eles que têm de provar.”

Lotações. Moura também disse que não tem mais nenhum tipo de envolvimento com o ramos de lotações. Alega que foi sócio da Happy Play por seis meses, entre setembro de 2009 e abril de 2010, sem exercer atividades operacionais. O deputado negou ter enriquecido na Happy Play. “Dizem que eu tinha um patrimônio de R$ 5 milhões, mas nunca tive um carrinho de pipoca sequer.”

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Um mês antes de sair da empresa, segundo Moura, ele havia se desligado na Transcooper, onde estava desde 2002. Ele ainda afirmou que as duas empresas não tinham relação e negou que no período em que esteve na Happy Play ela funcionasse no mesmo endereço que a Transcooper. “A partir de 2010 não estava mais. No período em que eu estava, tenho absoluta certeza de que não (funcionavam no mesmo endereço)”, disse.

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