
23 de outubro de 2011 | 03h02
Uma das novidades é Alphaville: com a explosão de escritórios e torres comerciais na região, os hotéis - todos com menos de três anos de inaugurados - viram a ocupação crescer quase 40% em relação ao ano passado. "São Paulo tem um grande problema de deslocamento por causa do trânsito. Então, as pessoas acabam preferindo ficar longe do centro, mas perto de onde precisarão ir todo dia", afirma o presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), Roberto Rotter.
Além de estarem perto de grandes rodovias - Anchieta, Imigrantes e Rodoanel - e do Centro de Exposição Imigrantes, as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul ainda têm outro atrativo: a proximidade com o Aeroporto de Congonhas. "Desde fevereiro estamos com 98% de ocupação nos nossos hotéis em São Bernardo. Isso porque temos um na Liberdade que lota e temos de trazer hóspedes para cá", conta Marco Buonomo, gerente de vendas da rede Liau.
Um dos hotéis da rede, o Park Plaza, começou uma reforma para aumentar o número de quartos de 166 para 172. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC (Sehal), Wilson Bianchi, há menos de quatro anos o cenário era outro. "Conseguíamos dar conta da demanda tranquilamente, agora não mais." Bianchi afirma que pelo menos mais quatro hotéis com uma centena de quartos cada são necessários para a região, que tem 180 "meios de hospedagem" (hotéis, pousadas, flats).
A analista de marketing Marília Zoboli, de 28 anos, que o diga. Em uma quarta-feira do mês passado, ela precisou reservar hotel para seis parentes que vinham do interior de Minas para São Bernardo. "Liguei para mais de dez. Não tinha vaga em nenhum." A solução foi hospedar todo mundo na casa da avó.
Só no motel. A vinda para a capital da estudante Lígia Pimenta, de 23, também foi traumática. De Pindamonhangaba, ela e a mãe rodaram a cidade por mais de três horas na terça-feira à noite procurando lugar para dormir. Bateram na porta de todos os hotéis da Paulista, Faria Lima, Berrini - nenhuma vaga. Já quase de madrugada, tomaram uma decisão drástica. "Acabamos em um motel perto da Rua Augusta, eu e minha mãe", conta.
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