Lixo volta a se acumular no Rio Tietê em Salto

Em julho de 2014, com o rio seco no auge da crise hídrica, empresas retiraram 18 toneladas de lixo do Tietê no mesmo local

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Por José Maria Tomazela
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Garrafas PET, plásticos, pedaços de isopor e latas de aerosol formam a ilha de detritos no Tietê Foto: Arquivo Pessoal

SOROCABA - Camadas de lixo voltaram a cobrir o Rio Tietê, na área urbana de Salto, região de Sorocaba. O material, carregado pelas águas após as últimas chuvas, podia ser visto neste domingo (22), em meio às pedras, junto à cachoeira que dá nome à cidade, na região central, e próximo do campo de futebol do Avenida, cem metros abaixo. Em julho de 2014, com o rio seco no auge da crise hídrica, prefeitura e empresas retiraram 18 toneladas de lixo do Tietê no mesmo local. O novo acúmulo de poluição foi registrado por moradores e turistas que visitavam o local. O material - garrafas PET, plásticos, pedaços de isopor e latas de aerosol - formava ilhas de detritos entre as pedras e nas reentrâncias do rio. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, João de Conti Neto, a maior parte do lixo provém da capital e da Grande São Paulo, e foi parar no rio após as enchentes que atingiram a região metropolitana. "Isso acontece há vinte anos e está se repetindo. Mais uma vez herdamos a sujeira dos outros", disse. Ele ponderou que também há lixo da própria cidade e de cidades vizinhas cortadas pelo rio ou afluentes. De acordo com o secretário, uma nova operação de limpeza não é possível no momento por causa do nível elevado das águas. Segundo ele, o município propôs à Secretaria de Meio Ambiente do Estado a formação de um grupo de trabalho para analisar a situação do Rio Tietê. "O rio não passa só em Salto, temos de trabalhar em conjunto para buscar soluções para o problema do lixo, da poluição e de enchentes." Ver o rio limpo, segundo ele, é o sonho de todos os paulistas.Lama negra. No final de novembro de 2014, as águas do Tietê amanheceram tomadas pela cor preta em Salto. A lama negra que despencava da cachoeira assustou os moradores e causou a morte de 40 toneladas de peixes que haviam se refugiado num afluente com pouca vazão. O fenômeno teria ocorrido em razão da volta das chuvas, após longa estiagem - o lodo acumulado no fundo foi revolvido pelas águas. No último dia 17, o despejo de 250 litros de resina tingiu as águas de branco. A empresa Eucatex, que tem fábrica na cidade, assumiu o acidente e informou ter retirado toda a resina do rio.

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