
03 de agosto de 2014 | 02h01
Mas o lixão também era fonte de sobrevivência para cerca de mil pessoas que buscavam objetos de valor nas montanhas de dejetos. "Era a forma que a gente tinha para ganhar algum dinheiro", lembra José Olímpio dos Reis Santos, de 56 anos. Ele é um dos muitos catadores que receberam treinamento ambiental, fruto de parcerias entre governos e ONGs, e foram absorvidos por cooperativas.
Mas o Nordeste ainda tem muito a avançar. Dos 184 municípios do Ceará, por exemplo, só dez destinam resíduos para aterros. Estima-se que o Estado tenha mais de 280 lixões. A Secretaria das Cidades do Estado chegou a formar 22 consórcios para a criação de aterros, mas só 9 estão em andamento e 4 em licitação.
O maior consórcio, do Aterro Sanitário da Região do Cariri, ainda não saiu do papel. O projeto esbarrou em um erro orçamentário. Segundo o presidente do consórcio e prefeito de Farias Brito, Vandevelder Francelino (PCdoB), o custo previsto era de R$ 23 milhões. Depois de ter concluído o financiamento, o valor foi ajustado para R$ 38 milhões. "Agora estamos tentando uma parceria público-privada", disse Francelino.
Segundo o geógrafo do Instituto Federal de Educação do Ceará (IFCE) Sandro Leonel, 30% dos mananciais da região do Cariri estão comprometidos, por causa do manuseio inadequado do lixo. "Se permanecer como está, o problema ficará maior e ocasionará um caos no fornecimento de água potável." / MADSON VAGNER, ESPECIAL PARA O ESTADO, e TIAGO DÉCIMO
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