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Lindemberg vai a júri popular, mas defesa deve recorrer

Decisão foi tomada após o juiz ouvir testemunhas de defesa e acusação; Lindemberg se negou a depor

Por Renato Machado , de O Estado de S.Paulo , e Vitor Sorano e do Jornal da Tarde
Atualização:

O juiz José Carlos Carvalho Neto, do Júri de Execuções Criminais de Santo André, decidiu nesta quinta-feira, 8, que Lindemberg Alves, de 22 anos, vai a júri popular. No entanto, a defesa do sequestrador de Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, vai recorrer. A decisão do juiz foi tomada após ele ouvir o depoimento de todas as testemunhas arroladas pela defesa e pela acusação entre as 9h30 e 15 horas desta quinta, com um curto intervalo para o almoço. Último a depor, Lindemberg se negou a falar e manteve-se calado. Veja também: Lindemberg se nega a falar sobre o caso Eloá na frente do juiz Ele era como um filho, diz mãe de Eloá após audiência Policiais do Gate contradizem Nayara sobre tiro de Lindemberg Nayara confirma que não houve tiro antes da invasão Nayara presta depoimento sem a presença de Lindemberg Lindemberg está ansioso pelo depoimento, diz defesa Perguntas e respostas sobre o caso Eloá  Todas as notícias sobre o caso Eloá         Especial: 100 horas de tragédia no ABC      Após o juiz ler o histórico do caso, Lindemberg afirmou "prefiro me manter calado nesta oportunidade". Após a negativa de Lindemberg, defesa e acusação do caso tiveram um debate com o juiz, que cada um com 20 minutos cada para argumentação. Lindemberg almoçou três sanduíches de queijo e presunto e tomou uma garrafa de suco de maracujá. Cinco testemunhas falaram em defesa de Lindemberg - todos amigos e vizinhos do jovem. A maioria das testemunhas de defesa afirmaram que não tinha um histórico de agressões. A defesa do jovem pediu que o juiz esperasse dois policiais que testemunhariam no caso, mas o pedido foi negado pelo juiz. Nayara foi a primeira testemunha a depor. A adolescente voltou a afirmar suas versões sobre o sequestro da amiga. O depoimento começou às 9h20 e terminou às 11 horas. Ela reafirmou sua versão de que Lindemberg não atirou minutos antes do Gate invadir o local. Segundo ela, o sequestrador não queria reatar o namoro com Eloá, mas sim matá-la. Os três policiais do Gate que prestaram depoimento contradisseram a afirmação de Nayara sobre o tiro que teria causado a invasão. Dois dos policiais também confirmaram que a polícia usou um copo para fazer escuta no apartamento onde o jovem de 22 anos mantinha as duas meninas reféns - em outubro do ano passado. A expectativa do promotor do caso, Antonio Nobre Folgado, é de que o juiz decida pelo júri popular. Caso isso aconteça e a defesa não recorra da decisão, o juiz marca a data para o julgamento. "Na minha previsão, de acordo com a pauta de Santo André, em abril ou maio a gente consegue fazer um julgamento. O que pode atrasar, é se alguma testemunha faltar hoje ou se a defesa recorrer da decisão do juiz". A assessoria do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) não informou se todas as testemunhas convocadas compareceram ao Fórum. Para Folgado, o fato de o disparo ter sido feito pelo acusado após a invasão da polícia, segundo depoimento de Nayara, não beneficia Lindemberg. "Muito pelo contrário, esse laudo prova que ele teve a intenção de matar mesmo após a invasão. Ele teve a oportunidade de caminhar no apartamento, se abrigar. Ele poderia não ter feito isso. Mas resolveu fazer", argumentou.

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