
25 de junho de 2012 | 22h50
SÃO PAULO - A direção da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste do Estado de São Paulo, apreendeu no início do mês uma carta escrita por Roberto Soriano, o Betinho Tiriça, na qual ele tentava se comunicar com outro preso. A carta trazia o nome dos três policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) que participaram da tortura e da execução de Anderson Minhano, no mês passado, na Rodovia Ayrton Senna.
Além de Minhano, foram mortos na ação da Rota, em um estacionamento nas proximidades do Parque Tiquatira, na Penha, zona leste da capital, outros cinco suspeitos de pertencer ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a PM, eles planejavam o resgate de um preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belenzinho e estavam durante a abordagem policial com drogas e armas pesadas, incluindo fuzis.
Tiriça foi transferido para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) em Presidente Bernardes há duas semanas, depois de a Polícia Civil de Presidente Venceslau concluir que era dele a letra na carta apreendida. Ele é considerado um dos líderes do PCC e o tipo de criminoso que não hesitaria em determinar a morte de algum inimigo.
Na carta, Tiriça pediu que fosse encontrado um hacker capaz de localizar os endereços das casas dos três PMs que torturaram e mataram Minhano - no boletim de ocorrência constava como referência apenas o endereço do Batalhão de Choque, na região central. Os PMs estão presos e não há notícia de qualquer ataque contra suas famílias ou contra testemunhas do caso. Os nomes dos PMs na carta traziam os mesmos erros que constavam do BO.
Minhano participou dos ataques do PCC em 2006 e era tido como uma das "vozes" da facção fora das penitenciárias.
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