
27 Janeiro 2011 | 00h00
O mecânico aposentado Cristóvão de Oliveira, de 47 anos, não tirou férias no verão do ano passado. Em vez disso, o líder comunitário dormiu pouco, angariou doações, carregou móveis e alimentos, liderou protestos e ajudou vários vizinhos que tiveram a casa atingida durante as enchentes que alagaram por mais de dois meses o distrito Jardim Helena, no extremo leste de São Paulo.
Neste ano, as coisas não estão diferentes. Vários bairros da mesma região voltaram a alagar no início deste mês e ainda estão debaixo d"água. Cristóvão estima que cerca de 3 mil famílias que moram na várzea do Rio Tietê foram atingidas de alguma maneira. "No geral, está aquele efeito sanfona: alaga de manhã e à tarde baixa. Mas a maioria das casas atingidas continua alagada mesmo quando o nível da água diminui", afirma ele.
Por isso, o líder comunitário ainda não teve descanso. Ele é membro das pastorais de duas igrejas católicas e está ajudando a recolher doações de paróquias das redondezas para quem está desalojado por causa das chuvas. "Já conseguimos dois caminhões de cestas básicas e de roupas. Nesta semana mesmo devemos distribuir", diz ele, que estima que vai beneficiar cerca de 300 famílias. Ele também reclama da falta de um plano habitacional sério para a região. "Não queremos "vale esmola" de R$ 300", afirma.
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