Lei aprovada pela Câmara de Sorocaba (SP) ameaça sistema de ciclovias

Determinação proíbe a prefeitura de utilizar espaços reservados aos pedestres para a instalação de ciclovias

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Por José Maria Tomazela
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SOROCABA - Uma lei aprovada pela Câmara ameaça o plano cicloviário de Sorocaba, a 92 quilômetros de São Paulo. A cidade tem 97 quilômetros de ciclovias em operação e é considerada referência nacional para ciclistas. A lei proíbe a prefeitura de utilizar espaços reservados aos pedestres na instalação de ciclovias. Na prática, a lei torna irregular quase a metade das pistas exclusivas para bicicletas.O projeto havia sido vetado pelo prefeito Vitor Lippi (PSDB), mas os vereadores derrubaram o veto em sessão realizada na quinta-feira (6). O prefeito pretende entrar com ação no Tribunal de Justiça de São Paulo alegando que a lei da Câmara é inconstitucional.De acordo com o vereador Marinho Marte (PPS), embora o Código de Trânsito Brasileiro permita que as bicicletas compartilhem espaço com pedestres e veículos, em Sorocaba a prefeitura suprimiu parte das calçadas - área de segurança dos pedestres - para instalar faixas exclusivas para ciclistas."Na prática, as calçadas foram pintadas de vermelho e passaram a ser ciclovias, o que acabou gerando conflito entre ciclistas e pedestres", alegou. De acordo com o prefeito, os espaços de cada usuário estão bem delimitados. Além disso, diz ele, ao legislar sobre trânsito e mobilidade urbana, a Câmara invadiu prerrogativa exclusiva do Executivo.O sistema cicloviário de Sorocaba já interliga as várias regiões da cidade e dispõe de paraciclos para estacionamento e bicicletários para o aluguel de bikes. A prefeitura instalou o primeiro de oito módulos comerciais para bicicletas, nos quais os ciclistas poderão estacionar, alugar e consertar os equipamentos, além de dispor de serviços de lanchonete, banca de jornais, floristas e pequenas lojas.As ciclovias possuem padrão com pintura vermelha, sinalização com placas e pintura de solo e, ao longo dos percursos, pistas para caminhadas, iluminação e paisagismo. O projeto foi premiado em 2009 com o troféu Município Verde Azul, do governo estadual; em 2010, com o prêmio Gestão Pública da Associação Brasileira de Municípios e, em 2011, no concurso Cidades Ativas, Cidades Saudáveis, abrangendo iniciativas da América Latina e Caribe.

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