03 de abril de 2008 | 23h51
Isabella de Oliveira Nardoni sofreu, antes de morrer. Ela foi asfixiada por esganadura ou sufocamento e teve um osso escafóide da mão esquerda quebrado, provavelmente por meio de uma torção. Os sinais de asfixia eram evidentes, informação que consta do rascunho do laudo 1.081, que será feito pelo médico Laércio de Oliveira Cesar com o auxílio de dois colegas. Pai e madrasta de Isabella se apresentam à polícia Tudo o que foi publicado a respeito do Caso Isabella Entenda os argumentos da polícia sobre a prisão Veja especial multimídia sobre o crime Entenda porque crimes assim chocam a sociedade Legistas consultados pelo Estado disseram que os indícios de asfixia são cinco. O primeiro é uma lesão cervical importante, que pode ter sido provocada com as mãos no pescoço (esganadura) ou com a mão ou algum outro objeto cobrindo a boca e o nariz (sufocamento). No pulmão, os exames constataram manchas de Tardieu e Paltauf, que são lesões que o sofrimento por asfixia provoca. Havia ainda pequenas manchas vermelhas no coração (petéquias), e as extremidades dos dedos da menina estavam arroxeados. Por fim, a língua da menina estava entre os dentes. No caso do osso da mão, a lesão teria ocorrido por torção, e havia sinais de que a fratura ocorreu em vida. Além disso, os médicos acharam pequena hemorragia no cérebro. "Isso é comum nos casos do que chamamos de síndrome de criança espancada", disse um legista. No corpo, havia um machucado no antebraço direito, como se ele tivesse enganchado na tela de proteção da janela ou como se ela tivesse tentado agarrar a tela. Por fim, havia um corte na cabeça. Não havia hemorragia interna importante no tórax ou no abdome. A inexistência de fraturas na criança, apesar da queda do 6º andar, é explicada pelo local em que ela caiu (gramado) e pela flexibilidade dos ossos infantis. "Eles são como vara verde", disse um legista. Para ele, a queda provocou a parada cardíaca.
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