24 de julho de 2011 | 00h00
O preço dos imóveis acompanha essa demanda. Atualmente, o valor médio de um apartamento novo com um dormitório (R$ 331 mil) é maior que o de dois quartos (R$ 221,5 mil), segundo a Empresa Brasileira de Estudos Patrimoniais (Embraesp).
O consumo desses solitários é um dos principais motores do mercado de bens de higiene, restaurantes, planos de saúde e da vida noturna da capital. Levantamento da Escopo Geomarketing, feito a pedido do Estado, mostra que os paulistanos que moram sozinhos movimentam R$ 1,1 bilhão por mês nesses setores. O maior gasto é com alimentação fora de casa - R$ 595 milhões mensais. Já com higiene são R$ 167,6 milhões, alavancados especialmente pelo alto gasto com perfumes: R$ 62,1 milhões. Não menos importante, a cerveja do fim de semana dos paulistanos solitários representa R$ 21,2 milhões por mês.
O grande número de divórcios contribui para essa estatística. A psicóloga Patricia Mendes, de 32 anos, se separou há quase três anos e agora leva um dia a dia independente. "A realidade muda: é você e você. Não tem aquilo de sair do trabalho e, num dia de cansaço, deixar de resolver as coisas em casa. Se você não lava a roupa, não faz a comida, não limpa, ninguém vai fazer", resume. Ela conta que aprendeu a resolver "pepinos" antes delegados ao marido. "Desentupo ralo, troco lâmpada queimada, arrumo o varal que estourou... Porque ou faço eu ou terei de pagar para alguém", explica.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.