
09 de setembro de 2012 | 03h07
A paisagem deslumbrante da Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio, é o cenário de um projeto inédito na cidade: ali serão oferecidas, pela primeira vez, aulas abertas de esporte náutico. Batizado de Experiências, o projeto trará para a Lagoa a vela e o stand up paddle, uma prática havaiana de surfe com remo. As atividades são possíveis graças à redução dos índices de poluição no local.
Os turistas não serão os únicos a aproveitar. Crianças e jovens das Favelas do Cantagalo e do Pavão-Pavãozinho terão aulas gratuitas e poderão se tornar instrutores. Além das comunidades carentes do entorno, haverá alunos do Vidigal e da Rocinha, com idade entre 7 e 17 anos. Os que mais se destacarem vão trabalhar no projeto e participar de competições. O trabalho é fruto da parceria entre a ONG Favela Surf Clube, o quiosque Palaphita Kitsch e as empresas Lev, de bicicletas elétricas, e Holos, fabricante de barcos a vela.
Novidade. A estudante Dandara Vyana, de 14 anos, já fez sua primeira aula de stand up paddle nesta semana. Mas não parecia nem um pouco uma novata no esporte. A prática adquirida no surfe de quilha, que começou a treinar há menos de dois meses com os colegas do Favela Surf Clube, rendeu desenvoltura sobre a prancha. Dandara pratica esportes desde criança e durante mais de três anos integrou a equipe de salto ornamental da Associação Peneira Olímpica de Esportes (Apoe/RJ), treinando no Maracanã.
Apesar da pouca idade, ela já participou de competições internacionais, como o Pan-Americano Júnior de Saltos Ornamentais, realizado em Calgary, no Canadá, em 2009. Agora que conheceu o novo esporte, ela já estabeleceu um novo objetivo: quer se aperfeiçoar para competir.
Quem já tem o mínimo de conhecimento nos esportes náuticos oferecidos pode alugar somente os equipamentos, por R$ 40 (stand up paddle) ou R$ 70 (vela) a hora. Para ter a ajuda do instrutor, é preciso desembolsar mais R$ 30. Também são oferecidos pacotes de dez horas, com até 15% de desconto.
Vela. Segundo os organizadores do projeto, o principal objetivo é democratizar o esporte que mais trouxe medalhas olímpicas para o Brasil. Para o empresário Mário de Andrade Neto, dono do Palaphita, é inconcebível que um país com um litoral tão extenso e com tantas lagoas como o Brasil tenha um círculo tão restrito de velejadores. "Desses meninos que terão a oportunidade de velejar, alguns vão se tornar virtuoses do esporte."
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