
02 de outubro de 2010 | 00h00
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"Como a água perde a velocidade ao chegar ao parque, mais sedimentos se acumulam no Lago 1", explica o administrador do Ibirapuera, Heraldo Guiaro. Segundo a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, com o acúmulo de areia e sedimentos no leito do lago desde que o parque foi criado, a lâmina d"água ficou "bastante rasa". "O Lago 1 está muito assoreado. Em um ou dois pontos, a profundidade chega a zero", diz Guiaro.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cestesb) deve autorizar nos próximos dias a dragagem e, a partir deste aval, será emitida também a licença da Capitania dos Portos para iniciar o serviço. O trabalho vai durar quatro meses e será feita pela empresa VA Saneamento Ambiental Ltda., vencedora de licitação da Sabesp, com proposta de R$ 3,92 milhões.
O material será retirado do lago por um sistema de sucção subterrânea em balsa flutuante. Segundo o superintendente de Esgotos da Sabesp, Paulo Nobre, os detritos serão separados da água na margem do lago e encaminhados em caminhões para o Aterro da Estre, em Itapevi, na Grande São Paulo.
A secretaria informou em nota que o desassoreamento "fará com que o curso d"água fique mais fluido, abastecendo os outros dois lagos de forma dinâmica". "Vai aumentar a qualidade da água e o espaço para a ictiofauna (peixes), dando condições para o sistema reagir de forma mais saudável", afirmou Guiaro.
Causas. Para a coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Maria Luiza Ribeiro, o trabalho tem de ser feito, mas é preciso prestar atenção nas causas do problema para não "enxugar gelo". "Esses sedimentos estão vindo de longe. É preciso adotar medidas educativas para combater a ocupação desordenada de áreas de várzea e o descarte inadequado de lixo. Caso contrário, a obra terá vida útil curta, será dinheiro jogado fora."
Além do lodo acumulado, o lago do Ibirapuera recebe grande quantidade de lixo, retirada todo dia com um barco por funcionários do parque. Garrafas PET, embalagens de salgadinhos e sacolas plásticas são alguns dos resíduos que, com folhas de árvores, vão parar na água por causa da chuva e do vento.
Segundo o coordenador de manutenção do parque, Rodolfo Paulussi, de cinco a seis sacos de lixo são retirados por dia - cerca de 15 quilos. "Quando chove, o lixo retirado enche dez sacos."
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