
17 de agosto de 2012 | 16h52
Texto atualizado às 22h23.
SÃO PAULO - A Rua Oscar Freire, nos Jardins, zona sul de São Paulo, parou nesta sexta-feira, 17, por causa de um assalto a uma joalheria quase na esquina com a Rua Haddock Lobo. Uma empresária que havia sido feita refém no Morumbi, e acreditava ter explosivos amarrados ao corpo, foi obrigada por bandidos a entrar na loja para roubar joias. Os criminosos monitoraram a ação por telefone. Um integrante da quadrilha levou a sacola com os objetos roubados e fugiu. Ninguém foi preso.
A ação aconteceu por volta das 13 horas. No momento do assalto, havia quatro funcionários e dois clientes na joalheria.
A empresária Márcia Pellegrini, de 31 anos, foi capturada quando ia buscar os filhos na escola. Segundo ela, dois homens fecharam seu carro, um Volkswagen Jetta, entraram no veículo e a forçaram a vestir um colete que teria explosivos. Durante o trajeto, eles a orientaram a entregar uma caixa com mais explosivos para os vendedores da joalheria. A empresária foi abordada às 11 horas e circulou pela cidade com os bandidos até as 13 horas.
Segundo a polícia, outros dois carros acompanharam o Jetta. De acordo com a vítima, o grupo era formado por oito pessoas. Ela não chegou a ver nenhum deles armado.
Márcia foi orientada a dar o número de seu celular aos criminosos e foi deixada a alguns metros da entrada da joalheria Guerreiro. Assim que entrou na loja, o telefone tocou e os criminosos a mandaram passar o aparelho para um dos vendedores.
Segundo a gerente da loja, Lilian Gomes de Almeida, de 36 anos, Márcia estava assustada e disse que seria morta caso elas não a ajudassem. As vendedoras obedeceram e entregaram peças de ouro, que foram colocadas em uma sacola.
A ação durou menos de cinco minutos. Ao sair da joalheria, a empresária foi até a Rua Haddock Lobo, onde um integrante da quadrilha a abordou, pegou a sacola e disse para ela continuar colaborando. Depois disso, ela ficou mais três minutos imóvel, com medo de uma explosão. Só depois que um dos criminosos disse por telefone que a bomba estava desarmada é que ela gritou e pediu socorro.
Confusão. A PM foi chamada e acionou a equipe antibombas do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). Tanto a caixa que havia sido deixada na loja quanto o dispositivo que Márcia tinha na cintura foram detonados. Por causa do bloqueio, o trânsito da Haddock Lobo chegou à Avenida Paulista.
O roubo fez com que as demais lojas da rua ficassem vazias. "É um perigo! Eles estão nos roubando com bombas agora. Imagina se isso explode. Um horror", disse a comerciante Lúcia Agostino, de 27 anos. O delegado Rogério de Camargo, do 78.º Distrito Policial, disse que somente a bomba deixada na loja tinha pólvora. Até o começo da noite desta sexta, a polícia não tinha divulgado pistas sobre o grupo.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.