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Kassab só cumpre 55,1% das metas, mas diz que 'eficácia' atingiu 81%

Prefeito põe na conta tanto promessas já concluídas quanto as apenas iniciadas, mas garante que deixará SP melhor e com mais recurso

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Por Adriana Ferraz e Rodrigo Burgarelli
Atualização:

O resultado final da Agenda 2012, o programa oficial de metas anunciado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) em 2009, mostra que apenas 123 dos 223 compromissos assumidos no início da gestão - ou 55,1% do total - foram concluídos nos quatro anos de mandato. Mesmo assim, o prefeito afirma que o "índice de eficácia" chegou a 81%. A taxa engloba as promessas que foram iniciadas, mas não concluídas.Foi a primeira vez que a capital paulista teve um plano de metas para uma gestão na Prefeitura. A confecção desse plano se tornou obrigação em fevereiro de 2008, quando foi aprovada na Câmara Municipal uma emenda à Lei Orgânica do Município que dá aos novos prefeitos prazo de 3 meses após sua posse para definir as metas a serem atingidas no seu governo.Problemas burocráticos, questionamentos dos órgãos de controle e dificuldades para se obter as licenças ambientais explicam o não cumprimento de parte das metas por Kassab. Entre as principais promessas não completadas estão a construção de três hospitais, fim do déficit de vagas de creches, obras de drenagem emergenciais e 66 km de corredores de ônibus.Mesmo essas metas não concluídas, porém, foram usadas para aumentar o índice de eficácia calculado pela atual gestão. Segundo o prefeito, esse índice leva em conta o andamento burocrático das propostas - como projetos contratados, terrenos definidos e licitações lançadas - para mensurar o quanto a cidade caminhou rumo ao objetivo. Futuro. Ontem, Kassab afirmou que deixa uma cidade "melhor e com mais recursos" para o prefeito eleito Fernando Haddad (PT), que tem até o fim de março para apresentar seu plano de metas. Nas contas de Kassab, das 223 metas, 123 foram totalmente alcançadas e 45 estão em fase avançada e já trazem benefícios à população. O prefeito disse ser normal que o plano de metas não atinja 100% dos resultados. E comparou a administração da Prefeitura ao orçamento doméstico - no começo do ano as pessoas fazem planos que, depois, precisam ser adaptados ao longo dos meses.O prefeito termina seu segundo mandato com saldo negativo de 15 pontos porcentuais, segundo pesquisa do Ibope divulgada com exclusividade pelo Estado no domingo. Para 42% dos paulistanos, sua gestão foi ruim ou péssima. Apenas 27% a avaliam como boa ou ótima. O saldo só não foi pior que o da gestão de Celso Pitta (1997-2000), que encerrou com 74 pontos negativos.

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