Kassab espera compreensão sobre reajuste do ônibus

Prefeito de São Paulo disse que aumento é compatível com a inflação; novo preço vale a partir de 4 de janeiro

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Por Agência Estado
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O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse ontem, ao participar da Parada Disney, que o aumento da tarifa de ônibus para R$ 2,70, a partir do dia 4 de janeiro, está embasado em estudo e é compatível com a inflação. Ele afirmou que espera a compreensão da população sobre o reajuste.O superintendente da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), Marcos Bicalho, disse, porém, que a medida afasta a população do transporte público e coletivo. "Passa a ser mais vantajoso comprar um carro ou uma moto." Quem faz duas viagens de ônibus por dia gasta R$ 92 por mês. Em janeiro, serão R$ 108 - pouco menos do que a prestação de uma moto. Bicalho critica o valor. "Não conhecemos as variáveis, mas é possível dizer que R$ 2,70 é um valor alto para a população brasileira", disse. Entre janeiro e fevereiro, as tarifas do Metrô, da CPTM e da EMTU, hoje em R$ 2,55, também serão reajustadas. Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos, para que os passageiros programem seus gastos, basta um cálculo com base no Índice de Preço ao Consumidor (IPC): tarifa entre R$ 2,60 e R$ 2,70.Depois de três anos sem reajustes, a tarifa de ônibus em São Paulo passará de R$ 2,30 para R$ 2,70 a partir do dia 4 de janeiro. Os R$ 0,40 a mais representam aumento de 17,4%. De acordo com a tabela da ANTP, atualizada em outubro, São Paulo passa a ter uma das tarifas mais caras do País. Em outras capitais, o valor não supera R$ 2,50. Na sexta-feira à noite, o secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes, enviou ofício ao presidente da Câmara, Antônio Carlos Rodrigues (PR), com informações sobre o aumento. O comunicado é uma formalidade, porque a decisão não precisa de aprovação. SubsídiosO último reajuste ocorreu em novembro de 2006, quando a tarifa subiu 15%, de R$ 2,00 para R$ 2,30. O congelamento até o fim deste ano foi promessa eleitoral de Kassab. Para cumpri-la, ele teve de bancar R$ 783 milhões em subsídios às empresas de ônibus. A previsão inicial era de que o valor não ultrapassaria R$ 600 milhões. O aumento da tarifa de ônibus não eliminará a necessidade de subsídio para o sistema de transporte coletivo da capital. Simulações apresentas por Moraes em audiências públicas na Câmara Municipal demonstravam que cada R$ 0,10 de aumento na passagem representariam R$ 148 milhões a menos de subsídio para as viações. Neste ano, a Prefeitura gastou mais de R$ 800 milhões com a chamada "compensação tarifária". Ou seja, para se ver livre das subvenções, o Executivo teria de fixar o valor da tarifa em pelo menos R$ 2,90. IntegraçãoA Secretaria Municipal de Transportes informou ontem, em nota, que o preço da integração entre ônibus e transporte sobre trilhos vai subir dos atuais R$ 3,65 para R$ 4,00, também a partir do dia 4 de janeiro. No entanto, o texto não explica se esse novo valor considera os reajustes das passagens de metrô e trens, previstos para os meses de janeiro ou fevereiro. Hoje, a tarifa do transporte sobre trilho custa R$ 2,55 e deve subir a R$ 2,60 ou R$ 2,70. A nota da Secretaria de Transportes explica que o período de viagem do bilhete único passa de duas para três horas, mas o passageiro só pode fazer uma viagem de trem ou metrô e outras quatro em ônibus municipais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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