Kassab descarta bombear água de bairro alagado em SP

Para prefeito, a única solução viável seria a remoção imediata dos moradores do Jardim Romano

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Por Agência Estado
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Um dia após dizer que a Prefeitura de São Paulo usaria bombas para drenar a água dos sete bairros do distrito Jardim Helena, na zona leste, alagados há nove dias, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) admitiu ontem que a sucção da água e do esgoto não poderá ser feita. "Chegamos à conclusão de que está muito difícil a retirada dessa água encalhada, porque, na medida em que você retirar essa água, vai voltar a ter mais água", afirmou Kassab à TV Globo, em visita ao Jardim Romano, um dos mais afetados na várzea do Rio Tietê, onde choveu à tarde. Kassab concluiu pela inviabilidade da proposta após reunião com técnicos da Prefeitura e do governo do Estado. "Não há nenhum desnível que ofereça alternativa de bombeamento. As casas estarão sempre sujeitas a inundações. Nenhuma solução técnica é viável para resolver o problema", justificou o subprefeito de São Miguel Paulista, Milton Persoli. A "única solução", segundo ele, é o cadastramento e a remoção imediata das famílias, que terá início hoje na Vila das Flores e, depois, no Jardim Romano. Até 7 mil famílias serão transferidas para acelerar obras do Parque Várzeas do Tietê. Moradores da Vila das Flores disseram que só vão concordar com a mudança se tiverem garantia de moradia definitiva. Esgoto no TietêNa Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de São Miguel Paulista da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), também inundada pelas águas do Tietê, 450 litros por segundo de esgoto em estado bruto deixaram de ser recebidos por causa de danos nos interceptadores. A ETE também teve equipamentos quebrados, incluindo três bombas. Até a tarde de ontem, a estação estava praticamente parada, recebendo 350 litros por segundo, que estão sendo tratados apenas em fase primária.Um grupo de moradores do Jardim Helena visitou a ETE com os deputados Adriano Diogo (PT) e Raul Marcelo (PSOL) e constatou a situação. Logo após a chegada do grupo e de repórteres ao local, uma bomba voltou a funcionar, por volta de 14 horas. O gerente de departamento das ETEs da Sabesp, Leonardo Cittadella, admitiu que o volume de esgoto que deixou de ser recebido em nove dias foi jogado diretamente no rio e o tratamento secundário ainda não voltou ao normal."Para restabelecer todo o sistema ainda leva algum tempo", explicou Cittadella. Em nota, a Sabesp informou que a ETE tem capacidade de tratar 1.500 litros por segundo de esgoto e estava tratando 800 litros por segundo antes da enchente. Segundo a nota, o bombeamento normal foi restabelecido ontem e a regularização do sistema secundário ocorrerá até amanhã. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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