17 de janeiro de 2019 | 20h51
FRANCA - A Justiça determinou nesta quinta-feira, 17, a prisão do médico Augusto César Barretto Filho, de 74 anos, acusado de abusar sexualmente de pacientes em seu consultório. O pedido partiu do Ministério Público e a decisão foi do juiz João Pedro Bressane de Paula Barbosa, da 2ª Vara Criminal de Presidente Prudente (SP), onde o acusado atuava na área de cardiologia.
O MP alegou que havia o risco de o médico voltar a agir, uma vez que continua com registro profissional ativo. Nesta quinta-feira, 17, mais sete mulheres foram à Delegacia de Defesa da Mulher e chegou a 33 o número de denúncias contra o cardiologista. Outras 20 ligaram dizendo que também foram vítimas, mas que ainda estudam se irão à polícia.
A delegada Adriana Pavarina diz que isso acontece por se tratar de crime com conotação sexual. "É normal que algumas mulheres se sintam um pouco constrangidas a ir diretamente fazer a denúncia." A polícia acreditava que os abusos tinham começado em 2008, mas há relato de uma vítima do cardiologista há mais de 20 anos.
Os relatos são parecidos e indicam que o acusado agia durante as consultas. "Na hora de medir a pressão arterial ou as batidas do coração, ele acariciava as partes íntimas das pacientes e até encostava seus órgãos genitais nelas", explicou a delegada.
O médico chegou a ser denunciado em 2008, mas não foi condenado. Em julho do ano passado, voltou a agir e acabou denunciado de novo. A polícia, então, ouviu outras pacientes que confirmaram problemas no atendimento. Ele passou a responder por crime de violação sexual mediante fraude, que pode render até 6 anos de reclusão.
Augusto César Barretto Filho pediu no ano passado o cancelamento de seu registro no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Ele, porém, também é investigado pelo órgão, que indeferiu a solicitação por considerar que isso "tornaria nulas as consequentes medidas punitivas". Na delegacia as novas reclamações são objeto de inquéritos que devem se juntar ao processo já encaminhado ao Fórum.
O cardiologista foi chamado à DDM no mês passado, negou as acusações e disse que falaria a respeito somente em juízo. O advogado de defesa, Emerson Longhi, diz que não se manifestará em respeito às partes e porque o caso tramita em segredo de Justiça.
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