Justiça determina que estudantes desocupem a reitoria da Unicamp

Alunos protestam contra a permissão de policiamento no câmpus, medida tomada após a morte de um aluno em uma festa clandestina

PUBLICIDADE

Por Ricardo Brandt
Atualização:

CAMPINAS - A Justiça concedeu nesta sexta-feira, 4, mandado de reintegração de posse para que a Polícia Militar retire os cerca de 400 estudantes que invadiram a reitoria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em protesto contra a permissão de policiamento nos câmpus de Campinas, Limeira e Piracicaba, após a morte de um aluno, durante uma festa clandestina na universidade.

PUBLICIDADE

A 2ª Vara da Fazenda Pública de Campinas determinou a reintegração "ficando claro que toda a ação deve ser precedida de tentativa de consenso com os invasores". O prédio da reitoria foi ocupado na noite de ontem, quinta-feira, 3, após uma assembleia promovida pelo Diretório Central Estudantil (DCE) para discutir a presença da PM no câmpus. O prédio teve vidros quebrados, paredes e computadores pichados e armários tombados.

O policiamento foi aceito pela reitoria da Unicamp no dia 26, após o assassinato do estudante Dênis Papa Casagrande, de 21 anos, aluno do segundo ano de Mecatrônica. Um dia antes, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), colocou a PM à disposição para fazer a segurança interna.

O estudante levou uma facada no peito e depois foi espancado por um grupo de aproximadamente 15 punks, durante uma festa clandestina que ocorria dentro do câmpus, na madrugada do dia 21. Em nota, a Unicamp informou que formou uma comissão para negociar com os estudantes a desocupação pacífica do prédio. Os representantes dos estudantes devem se reunir hoje com o pró-reitor Alvaro Crosta.

Eles vão pedir que a reitoria aceite três pontos: a saída da PM do câmpus; a não abertura de sindicância contra estudantes por causa da invasão do prédio e pela realização da festa clandestina, e a realização de uma audiência pública para discutir uma alternativa para a segurança no câmpus.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.