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Justiça decreta prisão de delegado e oito policiais por extorsão

Pedro Luiz Pórrio e investigadores de sua equipe são acusados de extorsão, roubo e tortura

Por Josmar Jozino e Rodrigo Pereira
Atualização:

O delegado Pedro Luiz Pórrio e outros oito investigadores tiveram a prisão preventiva decretada nesta terça-feira pela Justiça, com base em grampos da Polícia Federal. A escutas indicam que este ano, quando Pórrio chefiava a Delegacia Seccional de Osasco, sua equipe extorquiu R$ 35 mil de um traficante fora de sua jurisdição, em Campinas, além de tê-lo torturado. À noite, cinco suspeitos já haviam sido presos, entre eles Pórrio. O criminoso estava sendo investigado pela PF, que gravou a negociata e repassou as fitas à Corregedoria da Polícia Civil e ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) de Campinas. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Nélson Bernardes, da 3ª Vara Criminal local. Os promotores Fernando Pereira Viana Neto, Amaury Silveira Filho e Gaspar Pereira da Silva Júnior, do Gaerco de Campinas ficaram das 17 às 22 horas tentando cumprir o mandado de prisão de Pórrio. O diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), delegado Aldo Galiano, chegou a informar que Pórrio só se apresentaria na manhã desta quarta-feira à corregedoria, acompanhado de seu advogado, Daniel Leon Bialski. Mas pouco depois Pórrio e outro acusado, o investigador Antonio Cabalero Cursi, se apresentaram no Presídio da Polícia Civil, em Santana, zona norte, onde estão detidos. Também já foram presos os investigadores Eduardo Benevides, Francisco Pessoa e Luiz Cláudio de Oliveira. O Gaerco apurou que após o primeiro achaque, de R$ 35 mil, o delegado e os investigadores exigiram mais dinheiro do traficante. Depois, torturaram o criminoso, uma mulher e outro amigo dele. Numa das ligações interceptadas, a mulher do bandido afirma a um policial civil que não tem mais dinheiro. Em outro diálogo, um investigador chama uma pessoa de chefe e também fala sobre dinheiro. O autor do telefonema seria Cursi. Ele trabalhou com Pórrio no Departamento Estadual de Narcóticos (Denarc). Os promotores disseram que, além dos policiais detidos, tiveram a prisão preventiva decretada os investigadores Daniel Pereira Dutra, Regina dos Santos, Pablo Ricardo Pereira Xavier e Sandro dos Santos. Abadía Pórrio teve, recentemente, seu nome envolvido em outro escândalo. Ele, outros dois delegados, quatro investigadores e um agente são acusados de extorquir US$ 800 mil do megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadia. Por conta disso, Pórrio foi afastado das funções da Delegacia Seccional de Osasco, e depois transferido para a Delegacia do Idoso, na capital.

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