Justiça decreta prisão de 20 da máfia do Detran

Na denúncia apresentada pelo Ministério Público, pelo menos 23 pessoas estão envolvidas no esquema

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Por Paulo R. Zulino
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Pelo menos 20 dos 23 denunciados pelo Ministério Público de integrar uma quadrilha que vendia carteiras de habilitação no Estado de São Paulo e em pelo menos outros sete Estados tiveram sua prisão preventiva decretada, na quarta-feira, 11, pelo juiz da 1ª Vara Distrital de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. A cidade era o principal foco de atuação de uma quadrilha acusada de falsificar pelo menos 200 mil carteiras de motorista.   VEJA TAMBÉM Escândalos que atingiram a polícia no último ano    O bando foi desarticulado a partir da Operação Carta Branca, realizada em conjunto, na semana passada, pelo MP, Corregedoria Geral da Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria da Fazenda do Estado e Agência Nacional de Petróleo (ANP). A operação resultou na prisão imediata de 19 pessoas, entre elas um delegado de polícia, donos de auto-escolas, despachantes, médicos e psicólogos. Dias depois, outro delegado, Fernando José Gomes, foi preso.   Na terça-feira, 10, também foram presos Jonson Benedito de Paula e Ulisses Silva Leite, ambos investigadores da Polícia Civil e envolvidos com a quadrilha. Os promotores dos Grupos de Atuação Especial Regional de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaercos), responsáveis pela ação, somente não solicitaram a decretação da prisão preventiva de três das pessoas presas na semana passada: Cátia Campos Iglesias e Alessandra de Souza Santos Barbosa, recepcionistas de uma auto-escola envolvida no esquema, e Sandro Rodrigues Lanutti Villanova, dono de auto-escola. Mas os três foram indiciados.   A quadrilha vendia carteiras de habilitação pelo valor médio de R$ 1,5 mil. A Operação Carta Branca descobriu que os candidatos a motoristas eram aprovados sem sequer realizar os exames práticos. Candidatos sem condições físicas de dirigir e até analfabetos conseguiam a carteira.   Foram indiciados os delegados de polícia Juarez Pereira Campos e Fernando José Gomes, além de Ana Lúcia Máximo Campos, Flávio de Almeida Fernandes, Paulo Luís Batista, Marcus Vinícius Coelho, Miguel Antonio Pereira, Alessandra de Souza Santos Barbosa, José Antonio Gregório da Silva, Elaine Gavazzi, Cátia Campos Iglesias; Sandro Rodrigues Lanutti Villanova, Ademar Quadros Fernandes, Mauro Pereira Lobo, Roseli Aparecida de Souza, Omar Latife Abdel Hadi Ibrahim, Rosana Maria Gerotto de Azevedo, Maria Ângela Ferreira, Vanessa Santos Silva, e os policiais Aparecido da Silva Campos Jonson Benedito de Paula e Ulisses Silva Leite. Eles foram denunciados por crimes de formação de quadrilha, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro. Nem todos, porém, foram indiciados por todos os crimes.

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