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Justiça condena acusados de assaltar e queimar dentista na Grande São Paulo

Victor Miguel Souza Silva e Thiago de Jesus Pereira receberam a pena de 39 anos e Jonatas Cassiano Araújo foi condenado a 37 anos e seis meses

Por Luciano Bottini Filho
Atualização:

SÃO PAULO - A Justiça condenou três acusados de assaltar uma dentista e queimá-la até a morte em abril do ano passado, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Na época, a morte de Cynthia Magaly Moutinho de Souza, então com 47 anos, gerou revolta entre profissionais de saúde por mais segurança nas clínicas. Victor Miguel Souza Silva e Thiago de Jesus Pereira receberam a pena de 39 anos em regime inicial fechado por roubo seguido de morte (latrocínio) e formação de quadrilha. Jonatas Cassiano Araújo foi condenado a 37 anos e seis meses de reclusão pelos mesmos crimes. Cabe recurso à decisão.

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O crime teve a participação de um adolescente, que hoje cumpre medida socioeducativa na Fundação Casa. Ele teria sido o responsável por incendiar a dentista. Pela denúncia, o grupo se reunia para roubar consultórios na região. Segundo as investigações, o bando foi até o consultório em um Audi A3 pertencente à mãe de Araújo. Pereira teria então batido à porta da clínica, onde foi atendido pela vítima. Depois de entrar na sala, ele ligou para os comparsas que foram até o consultório e anunciaram o assalto.

A dentista entregou o cartão do banco, mas um dos assaltantes, que foi até um caixa eletrônico, conseguiu sacar apenas R$ 20. Após os outros três que estavam no consultório receberem o telefona do comparsa no banco, eles começaram a ameaçá-la com bisturis. Silva e o menor de idade passaram a jogar álcool usado para esterilização no corpo da dentista, pressionando-a a entregar mais dinheiro, até que finalmente atearam fogo e fugiram.

No processo, outros dentistas afirmaram que sofreram o ataque do bando com a mesma estratégia: ameaça de incendiar a vítima. Após o crime, houve diversos relatos de quadrilhas que atacavam profissionais de saúde em São Paulo, o que motivou a associações odontológicas e médicas a pedirem providências do Estado. "A brutal consequência do assalto cometido pelos réus ganhou imediata repercussão social, o que, pelo lado negativo da exposição midiática, ensejou novos crimes perpetrados pela mesma forma de execução por parte de criminosos associados em quadrilhas, isto é, os agentes passaram a aterrorizar os subjugados mediante a ameaça de atear-lhes fogo", afirmou o juiz Edegar de Sousa Castro, da 3ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo.

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