Julgamento do Carandiru chega à quarta etapa nesta segunda-feira

Doze integrantes do Gate vão a júri pela morte de dez detentos na invasão da polícia à antiga Casa de Detenção, em outubro de 1992

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Por Laura Maia de Castro
Atualização:

SÃO PAULO - O início da quarta etapa do julgamento do massacre do Carandiru está marcado para esta segunda-feira, 17, no Fórum criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Doze integrantes do Grupo de Operações Táticas especiais (Gate) serão julgados pela morte de dez detentos e pela tentativa de homicídio de três no quinto pavimento, que corresponde ao quarto andar do Pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção do Carandiru.

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Presidida pelo juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo, a expectativa é de que esta etapa dure cinco dias. Segundo o Ministério Público, três sobreviventes do massacre serão as testemunhas de acusação.

O advogado Celso Vendramini voltará a defender os policiais militares acusados do massacre, mesmo depois de receber multa no valor de 70 salários mínimos (cerca de 50 mil reais) por ter abandonado o plenário na terceira etapa do julgamento.

O júri teve de ser dissolvido no dia 18 de fevereiro quando Vendramini abandonou a sessão alegando que o juiz estava favorecendo o Ministério Público durante o interrogatório de um réu por parte dos promotores. O julgamento da terceira etapa, na qual 15 PMs são acusados de 8 homicídios no 4° pavimento (terceiro andar), foi remarcado para o dia 31 de março.

Julgamento. O Massacre do Carandiru aconteceu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos e 87 ficaram feridos durante invasão policial para reprimir uma rebelião no Pavilhão 9, na zona norte de São Paulo.

Por envolver grande número de réus e de vítimas, o júri foi desmembrado em quatro etapas, de acordo com o que aconteceu em cada um dos pavimentos do pavilhão.

Na primeira etapa do julgamento, em abril do ano passado, 23 policiais foram condenados a 156 anos de prisão pela morte de 13 detentos. Em agosto, na segunda etapa, 25 PMs foram condenados a 624 anos de reclusão pela morte de 52 presos

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