
20 de outubro de 2010 | 18h57
GUARULHOS - Os acusados da morte da advogada Mércia Nakashima, o policial aposentado Mizael Bispo e o vigia Evandro Bezerra Silva, não serão interrogados nesta quarta-feira, como previsto no início da audiência que vai decidir se eles serão ou não julgados por júri popular. Visando a "integridade física dos réus", os depoimentos serão tomados nesta quinta-feira, a partir das 13h.
Veja também:
Alga no sapato de Mizael é igual à de represa onde Mércia estava, diz perito
Delegado rebate versão de Mizael Bispo e traz novas acusações
Cobertura completa do caso Mércia
A medida - proposta pela acusação e aceita pela defesa - foi tomada para evitar que a audiência se prolongasse durante a noite. Ao deferi-la, o juiz Leandro Bittencourt Câmara citou "questões de segurança e movimentação do lado de fora." Além disso, o magistrado aguarda um laudo sobre os dados do rastreamento do carro de Mizael, a ser enviado nos próximos dias pela empresa Graber.
A decisão sobre o júri popular, que também estava marcada para esta quarta-feira, ao término dos interrogatórios, também foi adiada. A defesa entrou com um recurso de competência - os advogados querem que o caso seja julgado em Nazaré Paulista, onde o corpo da advogada foi encontrado em 11 de junho, e não em Guarulhos.
O advogado da família de Mércia e assistente da acusação, Alexandre Sá Domingues, elogiou a decisão. "O importante é não gerar nulidade do processo", afirmou. "Nada do que foi feito aqui se perde, somente a decisão fica para sair depois."
A defesa de Mizael também se mostrou favorável às mudanças. "Foi bom senso do juiz", disse o advogado Samir Haddad Júnior. Ele destacou que não se tratou de uma vitória da defesa, e afirmou que é melhor que a decisão sobre o julgamento seja tomada em Nazaré Paulista devido à pressão popular. "Lá não teria a comoção popular do lado de fora (do fórum), o que atrapalha."
Durante sua saída tumultuada do prédio, o advogado de defesa chamou os populares que acompanhavam a audiência em frente ao fórum de "pessoas ignorantes", e ressaltou que o fato dos réus serem eventualmente presos ou não "é só mais uma decisão em meio a outras que virão."
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.