SÃO PAULO - Não houve "rolezinho", mas um de seus mais conhecidos organizadores estava lá. Jonathan David, o MC Chaverinho, passou no domingo, 19, pelo Shopping Center Penha, na zona leste de São Paulo. O cantor de funk, que completa 21 anos nesta semana, reuniu cerca de 30 jovens em uma das entradas do centro de compras.
A administração do Shopping Penha decidiu reforçar a segurança e contou até com apoio de uma base móvel da Polícia Militar. Chaveirinho, no entanto, garante que a violência de outros encontros não tem nada tem a ver com a brincadeira, que ocorre com frequência em diversos pontos do País.
"Defendo o lado da periferia. Também temos a vontade de comparecer em shoppings", afirmou. E sai em defesa da presença policial: "O lado ruim (dos "rolezinhos") é a falta de segurança pública. Se um lugar tem mil pessoas, como cuidar delas com duas viaturas?", questiona.
Marcas. Com tênis de marca, óculos espelhados e corrente no pescoço, Chaverinho garante que o funk deu a ele os objetos que tanto queria e não podia comprar. "O shopping é o local onde a gente se identifica. Tenho vontade de consumir, comer um McDonald's, comprar um tênis". Ele lamenta que exista preconceito entre outros frequentadores dos espaços destinados ao consumo: "Só porque o jovem (da periferia) tem um tênis de R$ 1 mil já é considerado bandido", diz.
É deste tema, o consumismo, que falam as letras do MC. "É o que a gente sofreu para chegar onde está. Hoje tenho a ambição de ter uma coisa que vale uma grana." O clipe de uma das suas músicas, Nossa Vitória, exibe marcas de perfumes famosos além de imagens de Chaverinho com um bolo de cédulas na mão.