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Jockey vai vender sede social para pagar IPTU

Valor de prédio na Rua Boa Vista ajudará a reduzir débito de R$ 100 mi com Prefeitura

Foto do author Adriana Ferraz
Por Adriana Ferraz e Edison Veiga - O Estado de S. Paulo
Atualização:

SÃO PAULO - "Quem pagar mais leva", disse o presidente do Jockey Club de São Paulo, Eduardo da Rocha Azevedo, ao Estado. Ele estava se referindo à venda do prédio onde funciona a sede social da entidade, na Rua Boa Vista, no centro de São Paulo. "Não vai resolver nossos problemas, mas certamente nos dará um fôlego financeiro."

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A venda do imóvel de nove andares foi aprovada, anteontem, em assembleia. Hoje um andar é usado pelos sócios e os demais são alugados, assim como as 440 vagas de garagem. A locação rende R$ 4,5 milhões por ano.

Da assembleia participaram 249 associados e apenas 18 se posicionaram contra a venda. O clube tem em mãos duas avaliações de mercado: uma diz que o prédio vale R$ 88 milhões e outra diz que chega a R$ 93 milhões. Em 30 dias, um edital de venda deve ser publicado e será marcada uma data para que interessados apresentem propostas.

Dívida. Sócio há 37 anos, Azevedo assumiu a presidência do clube em março de 2011, para um mandato de três anos. Ele diz que sua gestão tem como prioridade pagar dívidas. "Precisamos pagar os impostos. Nenhuma empresa sobrevive se não pagar o que deve", disse.

Os números mostram o resultado dessa gestão. De 2011 para cá, a dívida de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), considerada a maior da cidade, caiu de R$ 390 milhões para R$ 100 milhões. Em julho de 2011, o clube aderiu ao Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) e obteve descontos da Prefeitura.

Da venda do imóvel da Rua Boa Vista, Azevedo vai destinar R$ 25 milhões para diminuir ainda mais a dívida com a Prefeitura. O restante deve ser investido no próprio clube. "Precisamos modernizar a infraestrutura. Hoje gastamos muito com eletricidade, por exemplo, mas isso é porque nosso sistema de iluminação é obsoleto", disse.

Azevedo quer construir equipamentos, como uma academia de ginástica, e assim atrair novos sócios. Um título hoje custa R$ 50 mil. Após as obras, Azevedo pretende vendê-los a R$ 100 mil.

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O Jockey tem hoje 1,5 mil sócios, que pagam mensalidade de R$ 400. A maior receita do clube vem das apostas - R$ 32 milhões por ano. Em seguida, vêm os eventos, que garantem R$ 15 milhões anuais.

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