Jet ski teria sido mexido e sofreu pane

Advogado afirma que veículo que matou menina foi 'acelerado'; dono liberou veículo, diz jovem

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Por REGINALDO PUPO e SANTOS
Atualização:

O Instituto de Criminalística de São Paulo concluiu ontem a perícia no jet ski que atropelou e matou a menina Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, no sábado de carnaval, em Bertioga, na Baixada Santista. O laudo ainda não foi concluído, mas os peritos teriam constatado que o aparelho teria passado por alterações, para ganhar velocidade."É uma Ferrari, foi preparado para corridas", afirmou o advogado da família de Grazielly, José Beraldo. Uma avaliação paralela na embarcação, encomendada por ele, também foi realizada pelo perito particular Jean Pierre Frederi - que teria detectado um problema mecânico no jet ski.No próximo dia 20, uma simulação será feita na Praia de Guaratuba, onde ocorreu o acidente. A ação será coordenada pelo perito particular. Ela não tem validade oficial, mas, segundo Beraldo, o resultado poderá ser anexado ao processo. "Deixaremos o Judiciário avaliar."Depoimento. O amigo de 14 anos que acompanhava o adolescente de 13, acusado de acionar o jet ski, confessou à polícia anteontem que o padrinho do colega autorizou ambos a pilotar o aparelho, na Praia de Guaratuba.Seu depoimento, na Delegacia Seccional de Santos, também complica a situação do caseiro do condomínio onde estavam hospedados. Segundo ele, o caseiro acompanhou os adolescentes até a praia, ao levar o jet ski para o mar em uma carreta engatada em um quadriciclo.Dolo. Em depoimentos anteriores, no início do inquérito, o padrinho negou ter autorizado os adolescentes a pilotar o jet ski. O adolescente manteve a versão que já havia sido apresentada pelo advogado de sua família, Maurimar Chiasso, de que apenas teria dado a partida na embarcação. O caseiro negou ter acompanhado os adolescentes até a praia durante declarações prestadas à polícia um dia após o acidente. Várias testemunhas, porém, afirmam ter visto os adolescentes pilotando o jet ski, com um adulto acompanhando. "O caseiro mentiu no depoimento, assim como o padrinho", afirmou Beraldo. "Com esse depoimento do menino, os responsáveis (adultos) têm de ir para o banco dos réus e responder por dolo eventual."

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