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Jet ski põe banhistas em perigo em Bertioga

Dois anos após morte de criança, pilotos ainda trafegam perto da faixa de areia

Por Monica Reolom , Guarujá e Bertioga
Atualização:

Quase dois anos após a morte de Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, atingida por um jet ski conduzido por um menor de idade na Praia de Guaratuba, em Bertioga, as motos aquáticas continuam a circular perigosamente perto dos banhistas. A Marinha determina que embarcações a motor mantenham distância de, no mínimo, 200 metros da arrebentação."Os pilotos estão abusando e a Capitania dos Portos tem de estar mais em cima", disse um salva-vidas que não quis se identificar. Segundo ele, há pouca fiscalização na área. "A gente só pode orientar e, eventualmente, pegamos a numeração do jet ski e encaminhamos para a Marinha", afirmou.Na Praia de Guaratuba não há boias para delimitar a área de banhistas e das motos aquáticas. Uma lei municipal determina que haja pontos de entrada e saída de embarcações no mar.Apesar da fiscalização falha, o "respeito" aos banhistas tem aumentado. "Do acidente para cá melhorou consideravelmente", disse o vendedor de vestidos José Cândido, de 52 anos, que trabalha em Guaratuba há 14. "Antes tinha muito mais jet skis na praia, perto de dez, hoje são três por dia, mas o problema é que eles ficam sempre perto dos banhistas", disse. Cândido também afirmou não ver fiscalização no local.A família do professor de jiu-jítsu Rafael Coelho, de 37 anos, foi passar as férias em Guaratuba com crianças. "Estamos aqui há cinco dias e só vimos jet skis ontem (anteontem) e hoje (ontem). Acho que estão respeitando. Não vejo problemas em deixar minha filha ir ao mar sozinha", afirmou Coelho.O suboficial da Marinha Bonifácio, que não quis informar seu nome completo, é um dos responsáveis pela fiscalização. Na manhã de ontem, ele fez o caminho da balsa entre Guarujá e Bertioga para fiscalizar algumas praias. Bonifácio informou que a Operação Verão da Marinha começou anteontem, com 80 fiscais, e termina em 3 de março.Dificuldade. A prefeitura de Bertioga informou, em nota, que a fiscalização "específica para embarcações" é difícil porque é feita por funcionários da Guarda Ambiental destacados para coibir som alto, animais na praia e ataque de animais domésticos, entre outras autuações.A prefeitura admitiu que "especificamente na Praia de Guaratuba não existem locais onde é permitida a entrada e saída de embarcação, somente no Rio Guaratuba". Por segurança, na Marina de Bertioga, não é mais possível alugar jet ski, o que dificulta o uso do equipamento por condutores inexperientes. No Guarujá, o Canto do Tortuga, na Praia da Enseada, já foi reduto de barracas de aluguel de jet skis. Banhista de qualquer idade e sem habilitação podia alugar uma embarcação, até que uma adolescente de 17 anos morreu ao colidir com um militar de 28 anos, em julho de 2010. Ontem, o local estava pouco movimentado e não havia nenhum jet ski no mar. A prefeitura do Guarujá informou, por meio de nota, que o município revogou em 2011 todas as licenças para a locação. Não há, no entanto, qualquer sinalização para a entrada e saída no mar. A prefeitura não comentou.

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