A eleição do papa Francisco, o jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio, deu novo impulso às comemorações dos 200 anos da restauração da Companhia de Jesus. E a canonização do jesuíta padre José de Anchieta, na próxima quarta-feira, dará ainda mais visibilidade à ordem.A restauração foi decretada em 7 de agosto de 1814 por Pio VII, após 41 de supressão por Clemente XIV, sob pressão dos reis de Portugal, Espanha e França. A data está sendo celebrada em todo o mundo, mas o Brasil dá especial ênfase ao bicentenário, pois foi o Marquês de Pombal, ministro de Portugal, quem primeiro extinguiu a ordem fundada por Santo Inácio de Loyola e expulsou os padres de seu território. "Temos a expectativa de que, mais do que o bicentenário, a figura de Francisco traga novas vocações para a Companhia de Jesus", disse o padre Carlos Contieri, coordenador das comemorações e diretor do Pátio do Colégio, em São Paulo.Os jesuítas, que eram 23 mil antes da extinção e chegaram a 36 mil em 1965, são agora 18 mil. No Brasil, são 576. Ainda são a ordem masculina mais numerosa, embora tenha diminuído, como todas as outras, após o Concílio Vaticano II (1962-1965). Neste ano, só dez candidatos entraram no noviciado em Feira de Santana, na Bahia, primeira etapa de formação.