
03 Março 2011 | 00h00
A pesquisa revela ainda os bairros onde moravam as vítimas do trânsito. O Jardim Ângela, na zona sul, com 40 mortes, é o primeiro lugar na cidade, seguido por Brasilândia, na zona norte, com 37 vítimas. Na periferia da zona sul estão também o terceiro colocado, Jardim São Luís (36 mortes); o sexto, Capão Redondo (31); o sétimo, Grajaú (30); o nono, Cidade Ademar (28); o décimo, Cidade Dutra (27).
Outras regiões violentas ficam nas periferias da zona leste. Sapopemba é o quarto colocado, com 35 mortes; Itaim Paulista, o oitavo (29); Itaquera empata na décima posição (27) com Cidade Dutra. Jabaquara, na zona sul, é o único bairro considerado de classe média a se destacar no ranking, empatado no terceiro lugar com 36 mortes.
Motos. Uma das explicações para a concentração de mortes nas periferias está no fato de que a maioria dos acidentes não mata necessariamente donos de carros, mas motoqueiros e pedestres. Dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de 2009 mostram que, das 1.382 vítimas no ano, os pedestres foram o grupo principal, com 671 casos. O segundo lugar é ocupado pelos motociclistas (428). Motoristas e passageiros de carro ficam na terceira posição (222).
A juventude é outra característica entre as vítimas que mais morreram no trânsito. Só com motos, foram 207 vítimas com 20 a 29 anos em 2009, quase metade do total de mortes nesse grupo. A situação só muda no caso dos pedestres, em que pessoas mais velhas, de idades entre 50 a 59, são as que mais morrem.
Nos atropelamentos com mortes, por sinal, 63% das vítimas estavam fora da faixa de pedestres. "Os jovens, além de ter menos experiência na direção, costumam ser mais instáveis e se envolver em situações críticas", afirma o capitão da Polícia Militar Sérgio Marques.
Para reduzir essas taxas, as medidas mais importantes criadas pela CET foram a redução do limite de velocidade nos corredores exclusivos de ônibus (de 60 km/h para 50 km/h) e a instalação de grades para que a travessia de pedestres ocorra em locais mais seguros.
Mas, para o presidente da Associação dos Mensageiros Motociclistas, Ernane Pastore, a concentração de morte entre moradores da periferia está mais relacionada à falta de agentes e policiais de trânsito e de fiscalização.
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