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Itu vai inaugurar adutora dois anos após crise hídrica 

Adutora Mombaça vai garantir a chegada de 280 litros de água por segundo a estação de tratamento; cidade enfrentou escassez

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:
A água é captada nos ribeirões Pau D'Alho e Mombaça. Registro mostra começo da obra em 2015 Foto: Prefeitura de Itu

SOROCABA – Dois anos depois de virar símbolo da crise hídrica que atingiu o Estado de São Paulo em 2014, a cidade de Itu, no interior de São Paulo, inaugura nesta quinta-feira, 16, sua maior obra contra a seca dos últimos 40 anos. A entrega da adutora do Mombaça vai garantir a chegada de até 280 litros de água por segundo à principal estação de tratamento da cidade, elevando em 60% o volume de água tratado atualmente. Só a água desse novo sistema é suficiente para atender 110 mil pessoas – a cidade tem 160 mil habitantes.

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De acordo com o coordenador operacional da empresa Águas de Itu, Maurício Camilo Franco, a água é captada nos ribeirões Pau D'Alho e Mombaça, este último um rio perene, com vazão superior a mil litros por segundo. O sistema pode ser usado tanto em períodos de estiagem, como durante as operações de manutenção, preservando os níveis dos reservatórios da cidade. “O objetivo é Itu não voltar mais àquela situação crítica que vivemos em 2014, quando ficamos completamente sem água”, disse.

No auge da crise, bairros inteiros ficaram semanas sem abastecimento e a concessionária precisou comprar água de cidades vizinhas. A população foi às ruas em protestos contra a falta de água. Algumas ações resultaram em interdições de vias com a queima de pneus e em confrontos com a Polícia Militar. Caminhões-tanque usados no abastecimento emergencial chegaram a serem pilhados pelos moradores. A prefeitura decretou intervenção na concessionária.

De acordo com Franco, com as chuvas deste ano, a situação atual do abastecimento é bastante tranquila. As seis bacias onde funcionam sete captações estão com níveis acima de 95%. “A obra é garantia para o futuro, pois não estamos livres de novos períodos de estiagem.” Estudos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) indicam que a cada sete anos a região pode sofrer um longo período de seca.