PUBLICIDADE

Irmã usa Facebook para tentar encontrar sequestrado em São Paulo

Ele foi encontrado em hospital, baleado, e morreu três dias depois de 100 mil compartilhamentos

Por Gio Mendes
Atualização:

SÃO PAULO - O metalúrgico Renan Fogaça Alípio, de 22 anos, teve a foto ao lado compartilhada por quase 100 mil pessoas no Facebook. Foi a forma que sua irmã, Karina, de 30, achou para tentar ter informações sobre seu paradeiro.

PUBLICIDADE

A família ficou sabendo na segunda-feira que Renan estava internado no Hospital Estadual de Diadema, no ABC. Ele tinha sido baleado na cabeça e morreu na manhã de terça-feira, três dias depois de ser internado.

Renan foi sequestrado na frente de casa, na Pedreira, zona sul, quando saía para encontrar a namorada, por volta das 21h15 do sábado. Vizinhos viram quatro homens em um Celta passando ao lado do Fiesta do metalúrgico. Armados, alguns dos ocupantes do Celta entraram no veículo de Renan. A vítima foi encontrada baleada horas depois no Morro do Macaco, limite entre São Paulo e Diadema.

Testemunhas avisaram a família de Renan sobre o sequestro. Como a Polícia Civil orientou que Karina esperasse 24 horas para dar queixa do sequestro, ela resolveu divulgar o caso no Facebook. "Pessoal, meu irmão Renan Fogaça foi sequestrado ontem, às 21h15 da noite. Até agora nenhuma notícia. Ele estava no carro dele, um Fiesta Hatch vermelho, placa DMC-8477. Favor verificar com amigos e compartilhar no Facebook para ver se conseguimos localizar ele", escreveu, no domingo. Com a mensagem, postou a foto do irmão.

Na segunda, a família ficou sabendo que a polícia tinha encontrado Renan em Diadema. Um funcionário do hospital avisou a polícia, pois o paciente estava sem documentos. "A polícia entrou em contato com a família, que reconheceu Renan", afirmou a corretora Márcia Fogaça, de 35 anos, prima da vítima.

Pelo Facebook, Karina também informou que funcionários do hospital não haviam reconhecido Renan pela rede social. "O pessoal do hospital viu (a foto de Renan) no Face, mas ninguém o reconheceu. Falei com os próprios médicos, que levaram até um susto quando ficaram sabendo que era dele (Renan) que estávamos fazendo a campanha."

Segunda ela, os assassinos fizeram três saques da conta de Renan. "A gente acredita que ele tenha sido morto por inveja. Era um rapaz bonito, que estava conquistando suas coisas, apesar de ser criado na periferia", disse a prima. "Há sete anos perdi um irmão de 16, também assassinado. A gente se sente muito pequena. Mataram a gente também", desabafou Karina. / COLABOROU WILLIAM CARDOSO

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.