Ira! volta aos palcos e abre 10ª Virada

Várias atrações começaram com atraso e tiveram problemas com o som; 13 pessoas foram presas e houve pelo menos cinco arrastões

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Por Redação
Atualização:

O show da banda Ira!, que marcou o retorno do grupo após sete anos de distanciamento entre o vocalista Nasi e o guitarrista Edgar Scandurra, abriu ontem a 10.ª edição da Virada Cultural, em São Paulo. Nas primeiras horas do evento, houve atraso no início das apresentações e em alguns palcos o som estava ruim. Pelo menos 13 pessoas foram presas por tráfico e, até a 0h30 de hoje, policiais procuravam envolvidos em pelo menos cinco arrastões.

Antes de abrir com Longe de Tudo, Nasi agradeceu o amor dos paulistanos. Fez, depois, uma sequência matadora para os fãs saudosos com Gritos na Multidão, Flerte Fatal e Dias de Luta. Ao falar sobre Flerte Fatal, defendeu que o governo trate os dependentes de crack "com amor, como doentes que são".

O som estava ruim e prejudicou o show. O baixo, sem definição, chegava fraco ao público. As últimas músicas foram Envelheço na Cidade e Núcleo Base. O show terminou, mas o Ira! voltou para o bis. Com o som ligeiramente melhor, mas ainda abafado e pouco definido. Os músicos tocaram Nas Ruas com energia redobrada.

Em vez do baterista André Jung e do baixista Ricardo Gaspa, ambos da formação original, a banda se apresentou com o tecladista Johnny Boy, o baterista Evaristo Pádua e o baixista Daniel Rocha, de 26 anos, filho de Scandurra. Também se apresentou o trompetista Guizado.

A cantora Baby do Brasil, que entrou em seguida, também teve problema com o som. Menino do Rio sofreu com a equalização embolada que chegava público.

O policiamento em torno do palco Julio Prestes estava reforçado em relação ao ano passado, comentavam os frequentadores. Distribuídas pela plateia, placas alertavam que o ambiente estava sendo filmado.

Até a 0h30 de hoje, a polícia não havia divulgado informações consolidadas sobre frutos e casos de violência em geral durante a Virada Cultural. Por volta das 23h30 de ontem, policiais militares prenderam pelo menos 13 pessoas na Praça do Patriarca por tráfico de drogas.

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Na Praça da Sé, policiais tentavam localizar cerca de 90 pessoas que estariam envolvidas em quatro arrastões realizados na área que abrange da Praça da Sé à sede da Prefeitura. Um outro arrastão teria acontecido na região da Rua 25 de Março.

No palco São João, o decano grupo britânico Uriah Heep fez, com meia hora de atraso, um dos shows mais esperados. "Quando foi a última vez aqui? 2005? Bom, vocês ainda estão aí, e nós estamos aqui", disse o cantor Bernie Shaw, ladeado pelo guitarrista Mick Box, frontmen de cabelos nevados.

Teatro Municipal.

Os dois primeiros shows do Teatro Municipal sofreram com atrasos e problemas no som. A apresentação de Célia e Arthur Verocai começou às 19h45, com 45 minutos de atraso.

Nas cinco primeiras músicas, a voz da cantora estava baixa e foi aumentada a pedido da plateia. A cantora disse que ela e os músicos haviam chegado às 15h30, e o atraso aconteceu por causa de um ensaio de ópera. Ela relembrou o repertório de seu disco Célia, de 1972.

O show de Tetê Espíndola deveria ter começado às 21h30, mas ela e os irmãos Alzira E, Celito e Geraldo só entraram no palco às 22h, para relembrar o repertório do disco Tetê e o Lírio Selvagem, de 1978. Na primeira música, Rio de Luar, o microfone de Tetê estava fechado. No bis, ela cantou Escrito nas Estrelas e Vida Cigana.

Neste ano, a Virada Cultural custou R$ 13 milhões, contra os R$ 11,5 milhões do ano passado. Apesar do investimento maior no evento, alguns palcos, como o do projeto Piano na Praça, foram retirados a pedido da Polícia Militar, para tentar fazer o evento mais seguro.

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A imprecisão do mapa oficial da Virada foi um problema para quem quis se programar. Enquanto o mapa distribuído pela Prefeitura dizia que o multiartista pernambucano Antonio Nóbrega faria um show às 19h de ontem no Auditório Ibirapuera, com participação da Orquestra dos Músicos de Rua de São Paulo, o site da Virada dizia que o show seria em dois turnos. Já o serviço do Auditório Ibirapuera informava que o show seria às 24h. As informações sobre a Viradinha também criaram confusão, por não deixarem claro quando começaria.

/ JOTABÊ MEDEIROS, JULIO MARIA, PAULO SALDAÑA, RENATO VIEIRA E UBIRATAN BRASIL

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