
02 de abril de 2009 | 10h15
Durante uma semana, o JT estimulou o debate sobre o futuro do Estádio Paulo Machado de Carvalho. Especialistas em arquitetura, história, gestão de clubes de futebol e a comunidade foram ouvidos sobre o melhor destino para o Pacaembu. Continuar administrado pela Prefeitura ou ser cedido ao Corinthians?
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A discussão deve ganhar ares oficiais nas próximas semanas. Uma comissão especial para analisar o tema será montada na Câmara de Vereadores. "O parecer da comissão vai servir de base para a decisão da Prefeitura", diz o vereador Dalton Silvano, que propôs a criação do grupo.
O Corinthians pretende investir R$ 100 milhões no estádio, caso obtenha a concessão. O clube contratou o escritório Coutinho, Diegues, Cordeiro Arquitetos, do Rio, para tocar o projeto. "Pensar numa reforma para um estádio histórico como o Pacaembu é um grande desafio", disse o arquiteto Anibal Coutinho. "O estádio não terá condições de receber jogos da Copa de 2014 porque a Fifa faz exigências sobre o entorno, que não poderiam ser cumpridas devido ao tombamento."
O portal estadao.com.br deixou no ar enquete com a seguinte pergunta: Você é favorável à concessão do Pacaembu ao Corinthians? Quase 2.400 pessoas votaram e o resultado foi contrário à cessão: 60% dos internautas não querem ver o Timão administrando a arena. Os demais 40% são favoráveis à parceria.
"Fico contente que a diferença tenha sido pequena. Se houvesse unanimidade, não faria sentido criar um debate", entende o secretário municipal de esportes Walter Feldman. "Não vamos tomar nenhuma atitude que seja contrária aos desejos da população." A ideia de Feldman é contratar um instituto de pesquisa para medir a popularidade do tema.
Números da Secretaria Municipal de Esportes mostram que o estádio, sem contar o complexo esportivo e o Museu do Futebol, gera um déficit de R$ 1,3 milhão por ano. "Acho injusto que a Prefeitura gaste tanto dinheiro cuidando de um estádio que só tem como finalidade o futebol profissional", justifica o secretário.
Para José Sebastião Witter, professor emérito da USP e autor do livro "O que é futebol", entre outros, o Pacaembu deve continuar público. "O estádio tem uma localização privilegiada e se bem cuidado poderia dar lucro, sim", defende.
O professor fala com nostalgia. "Minhas melhores lembranças do Pacaembu remetem aos dias de jogo, de qualquer jogo", diz. "Mas a mais especial é a estreia do Leônidas da Silva pelo São Paulo, recorde de público."
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