Interior também tem desabastecimento e filas de caminhões

Postos da região de Sorocaba ficaram sem combustível. Em Paulínia, terminal teve sobrecarga em carregamento

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Foto do author José Maria Tomazela
Por Artur Rodrigues e José Maria Tomazela
Atualização:

O desabastecimento já se espalha por postos da Grande São Paulo. Em vários locais de Sorocaba, Itu e Vargem Grande Paulista faltaram etanol, gasolina e óleo diesel ontem. Até quem tem caminhões para procurar combustível enfrenta problemas. A grande demanda fez a área de distribuição de Paulínia, por exemplo, apresentar filas de até 13 horas.O dono de posto de gasolina Alexandre Saito, de 50 anos, enfrentou 13 horas e dois quilômetros de fila para abastecer seu caminhão em Paulínia. "Normalmente, abasteço em Barueri, mas por causa desses problemas vim para cá e acabei tendo de pagar mais caro pela gasolina", disse o comerciante, que trabalha em Ibiúna. Segundo ele, por causa dos piquetes realizados em Paulínia, ele chamou dois amigos policiais para fazer a escolta do carregamento.Em Sorocaba, a falta de combustível se agravou durante o dia e, no início da tarde, a maioria dos 120 postos tinha bombas paradas. A cidade é abastecida principalmente pelo entreposto de Paulínia. Mesmo assim, as encomendas desses locais não chegavam. Nos estabelecimentos que ainda tinham combustíveis havia longas filas para abastecer. Até o posto de uma rede de hipermercado suspendeu o abastecimento por falta de combustível. Na vizinha Votorantim, três dos cinco postos tinham ficado sem etanol ou gasolina.De acordo com o diretor institucional do Sindtanque, Sandro Gonçalves, só a saída de combustível para hospitais, aeroportos e órgãos de segurança, como a Polícia Militar, ocorreu normalmente em Paulínia. A polícia acompanhou a movimentação, mas não interveio. De acordo com o sindicalista, depois do meio-dia os carregamentos voltaram ao normal.Até o fim da tarde, porém, postos de Sorocaba continuavam sem combustível. De acordo com o dirigente regional do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sincopetro), Jorge Marques, o problema em Paulínia afetou toda a região. "As entregas já não estavam acontecendo com regularidade e, com as dificuldades na Replan, os carregamentos serão reprogramados."A sobrecarga no terminal, em razão da transferência dos carregamentos, também afetava as entregas de combustível. Ele estimava que, no interior, a normalização do abastecimento deve ocorrer somente hoje. "Mas vai haver atraso, pois o carregamento que deveria chegar em quatro horas, vai levar seis ou sete."Fim só na TV. Em Vargem Grande Paulista, o empresário Miguel Pedroso continuava esperando a chegada de três caminhões de combustível, às 18 horas de ontem. Dois dos seus três postos estavam totalmente sem combustível. "Era para ter vindo na segunda-feira, da base de Barueri, mas até agora, nada. A greve acabou só na televisão, porque na prática o boicote continua."

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