Ingresso promocional atrai público mais jovem

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Por Redação
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Ingresso a R$ 10 e programação contemporânea são algumas das estratégias que as organizações das grandes temporadas de música erudita e dança lançam para renovar a plateia. A maioria do público, hoje, apesar de fiel, está bem acima dos 45 anos. Nos concertos do Mozarteum, por exemplo, a arquiteta Malu Pereira de Almeida, de 63 anos, é um bom exemplo do tipo de paulistano que frequenta a Sala São Paulo, no centro. Viúva, ela vai sozinha aos espetáculos. "Não tenho medo de sair à noite nem de atravessar a cracolândia para ver um concerto. É muito melhor do que ficar vendo TV em casa."Ela é assinante da programação do Mozarteum e também da Orquestra Sinfônica de São Paulo. "Sempre encontro conhecidos. Mas não há muitos jovens mesmo nos concertos. Acho que se a música erudita estivesse no currículo das escolas isso seria diferente." Pensando nisso, o Mozarteum realiza três vezes por ano concertos gratuitos ao ar livre. E também criou o Ingresso 10, uma iniciativa para popularizar a música erudita. Dez minutos antes de começar a apresentação, os ingressos que sobram na bilheteria são vendidos a R$ 10. O Cultura Artística, que também apresenta sua programação na Sala São Paulo, faz o mesmo. Em grandes espetáculos, quando não sobram ingressos, como na apresentação do violoncelista Yo-Yo Ma neste ano, a casa colocou mais cem cadeiras extras e vendeu o ingresso a R$ 10 para um grupo quase predominantemente de estudantes. O público mais jovem é o do Teatro Alfa. A média está por volta dos 28 anos. "Isso tem explicação: temos sempre espetáculos contemporâneos", diz Fernando Guimarães, gerente operacional e de programação do teatro.De cada dez pessoas da plateia, só três são assinantes. "Os jovens não gostam de se programar tanto. Compram no impulso", diz Guimarães. "E dificilmente eles têm dinheiro para adquirir uma assinatura."Até entre os assinantes da Mostra Internacional de Cinema há muitos aposentados, com mais tempo livre para aproveitar ao máximo a programação. É o caso de Sônia Barros, de 64 anos, que compra sempre pacote integral de ingressos. Ela assistiu, em duas semanas, a cerca de 80 dos mais de 400 filmes da seleção. Mesmo assim, Sônia acha que valeu o investimento. "Deixam até às vezes a gente entrar quando chego atrasada", conta.

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